O sol que chega aos mais de 2,2 mil painéis fotovoltaicos no telhado do cemitério ecumênico João XXIII, em Porto Alegre, finalmente começou a gerar energia elétrica. Entrou em funcionamento a usina de energia solar construída pela Associação Cristã de Moços do Rio Grande do Sul (ACM-RS) no local. As obras foram iniciadas em janeiro do ano passado e a instituição aguardava a liberação e vistoria final da CEEE para colocar o projeto em funcionamento.
Ao todo, 2.222 painéis solares estão instalados no topo de oito prédios do cemitério, que fica no bairro Medianeira e é da ACM-RS. Segundo Marcus Purper, engenheiro responsável pela instalação da nova usina, ela será capaz de produzir uma média de até 110 megawatt-hora (MWh) por mês, capaz de abastecer sete unidades da instituição. O investimento foi de R$ 3,8 milhões.
- Um dos segredos que nós, uma instituição sem fins lucrativos, temos para nos manter vivos e atuantes é essa busca constante pela sustentabilidade. Isto que não é meramente um impulso econômico, mas também social - fala o secretário-geral da ACM-RS, José Ricardo Calza Caporal.
A energia produzida no cemitério irá atender o próprio local, uma escola (Colégio ACM), uma unidade de cursos técnicos (ACM Rua da Praia), um complexo esportivo (ACM Esportes Centro) e três unidades de desenvolvimento social, a ACM Vila Restinga Olímpica, ACM Cruzeiro e ACM Morro Santana. Ainda de acordo com a instituição, a usina irá gerar uma economia de até 80% na atual despesa da instituição com energia elétrica.
E a "taxa do sol"?
Foi sancionada em janeiro a lei que cria o marco legal da geração própria de energia em residências, pequenos negócios, terrenos, propriedades rurais e prédios públicos. É um texto extenso, mas, para o consumidor, o maior destaque é quanto à cobrança para uso da rede elétrica. O presidente Jair Bolsonaro se referiu à ela várias vezes como "taxa do sol". Porém, não se trata de criar um tributo para a energia solar ou qualquer outra fonte que o consumidor possa usar para geração. É, sim, retirar um subsídio que havia sido criado, pelo qual quem gera energia não paga para usar a rede elétrica, por mais que ele envie para ela o excedente e puxe à noite, em dias nublados ou quando tem outros imóveis. Apesar de reduzir o incentivo no futuro, tira a imprevisibilidade que fazia o consumidor recuar na decisão para a instalação. Pelo texto, porém, essa retirada será gradual. Além dos consumidores que já têm os sistemas instalados, quem solicitar o serviço até 12 meses após a publicação da lei também contará com o subsídio até 31 de dezembro de 2045. Portanto, isso precisa ser feito até 7 de janeiro de 2023.
Aposta solar da prefeitura
E falando em energia solar na Capital, avançou na prefeitura o projeto que quer instalar usinas solares que irão suprir o consumo dos prédios administrados pelo município. A ideia é de que todas as 556 unidades consumidoras da administração pública, como escolas, creches, postos de saúde e hospitais municipais, sejam abastecidas com energia fotovoltaica. Agora, já foram escolhidas duas empresas que farão os estudos para desenvolvimento da licitação do projeto. Leia mais: Duas empresas são selecionadas para apresentar estudos de usinas solares em prédios da prefeitura de POA
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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