Conforme a coluna noticiou, o Rio Grande do Sul fechou o ano de 2021 com 3,1 milhões de inadimplentes, de acordo com levantamento feito pela Serasa. Foi uma alta de 7,1% em relação a 2020. Assim, cerca de 34,9% da população adulta gaúcha está com dívidas em atraso. Para entender mais sobre esses números e explicar o que pode ser feito para renegociar dívidas atrasadas, o programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha) conversou com Gabriel Cantu, especialista da Serasa. Confira:
O aumento na inadimplência foi pedra cantada.
É. A gente percebe que no Rio Grande do Sul teve um aumento na inadimplência em 2021 comparado com 2020. Esse aumento considera aproximadamente 209 mil gaúchos inadimplentes a mais, o que é um aumento de 7,1% e que eleva a população de gaúchos adultos inadimplentes em 34%.
É alto, mas é um dos menores percentuais do país, porque a inadimplência subiu no país todo, certo?
Exatamente. O número de inadimplentes no Brasil como um todo também aumentou em 2021. Não é uma exclusividade do Rio Grande do Sul. E isso muito por conta do momento bastante desafiador que o Brasil vive, tanto econômico como socialmente.
Veja a entrevista em vídeo:
O que chama atenção é que no primeiro ano da pandemia, em 2020, a inadimplência havia caído.
Isso. No primeiro ano da pandemia a gente teve queda na inadimplência e isso pode ser explicado por alguns fatores como, por exemplo, como no início da pandemia a população ficou um pouco mais receosa, a procura por crédito não foi muito alta. Além disso, em 2020, os juros estavam em um patamar muito mais baixo do que se encontram nesse exato momento. Com o passar da pandemia, com o avanço de 2020, em 2021 a população começou a tomar mais crédito, seja por oportunidades da taxa de juros, seja por necessidade, e o aumento da taxa de juros agora, que está já chegando em um valor de dois dígitos, com o aumento da inflação, corroborou muito com esse número na inadimplência no país.
O juro vai continuar alto e a tendência é que aumente ainda mais. E o reflexo da taxa de juro Selic depois chega nas operações de crédito para os consumidores. Isso também impacta as perspectivas de vocês de inadimplência para 2022?
É um pouco difícil para gente fazer essa previsão porque a inadimplência não depende de um único fator, como por exemplo, a taxa de juros. A gente espera que a inadimplência no Brasil tende a diminuir, mas é muito difícil ter esse número concreto na nossa mão para os próximos meses e anos.
Considerando a qualidade da dívida das pessoas. São dividas essencialmente com bancos e cartões. Dentro desse segmento, entra o cartão de crédito?
Sim. Hoje, olhando para população gaúcha, é um dos maiores tipos de dívidas é com bancos e cartões de crédito. A gente sabe que, historicamente, o cartão de crédito tem um juro bastante elevado, principalmente quando entra no limite e a população não consegue pagar a prestação toda, paga só o valor mínimo.
Aqui no Rio Grande do Sul há um destaque com essas dívidas?
Dívidas com cartões e bancos é o maior setor de dívidas no Rio Grande do Sul.
E em segundo lugar são contas básicas que aparecem como setor de dívidas atrasadas. Isso acontece nacionalmente também?
A gente consegue perceber que tende a se repetir os tipos de dívida. Normalmente dívidas com bancos e cartões de crédito ficam em primeiro lugar, também seguido com telecomunicações, dívidas básicas, varejo. O tipo e o setor das dívidas meio que se repetem. Talvez em um Estado ou outro tenha uma variação para mais ou para menos de algum tipo de setor.
Quando vocês divulgam que tem mais de 3 milhões de gaúchos inadimplentes, ou no país, 64 milhões de brasileiros, são pessoas que estão inscritas no Serasa?
Isso. Que estão com nome sujo no Serasa. Hoje, no Estado do Rio Grande do Sul, a gente conta com mais de 3,1 milhões de inadimplentes com dívidas que, somadas, passam dos R$ 13 bilhões. A gente fez um levantamento que o ticket médio dessa dívida gira em torno de R$ 1.260, e cada gaúcho inadimplente deve, em média, mais de R$ 4,1 mil.
A Serasa tem um trabalho bem grande de estimular renegociação, com feirões, ferramentas, canais de contato. Qual seria a orientação para o leitor que está com dívidas atrasadas?
A Serasa dispõe hoje de um serviço chamado Serasa Limpa Nome, que hoje é a maior plataforma de renegociação de dívidas do país, onde o consumidor pode entrar em um dos nossos canais oficiais, seja no nosso site Serasa.com.br ou pelo aplicativo gratuito para Android e iOS. O aplicativo se chama Serasa. Lá, ele pode informar seus dados de CPF, por exemplo, e consultar gratuitamente se seu nome está sujo ou não e se tem algum acordo disponível hoje no Serasa Limpa Nome.
Como é esse acordo disponível? É o credor que disponibiliza?
O credor disponibiliza o acordo. Hoje o Serasa Limpa Nome tem parceria com mais de 100 empresas, dos mais diversos setores. Do setor bancário, de securitizadoras, universidades, telefonia, varejo. Essas empresas disponibilizam para o consumidor fechar acordos dessas dívidas dentro da plataforma do Serasa Limpa Nome com descontos, muitas vezes, muito bons. Em épocas de feirão, pode chegar em até 99% de desconto das dívidas, com opções até de parcelar essa dívida. São inúmeras vantagens. E mais recentemente a gente anunciou oito novos parceiros dentro do Serasa Limpa Nome que irão contribuir com acordos para mais de 1,7 milhões de brasileiros. São SafraPay, Neon, Banco Inter, BTG, Trigg, CNU, Provu e FortBrasil.
Então pode ter gente que está com nome na Serasa, mas que não acessou a plataforma ainda, pode ser que lá tenha um acordo proposto para ela, e ela não tenha nem visto?
Sim, sem dúvidas. A Serasa aconselha fortemente que os leitores entrem no site ou aplicativo e verifiquem se tem algum acordo disponível para as dívidas. Muitas vezes os acordos são muito vantajosos, com descontos muito bons e também com parcelamento que cabe no bolso do brasileiro.
Ouça também o programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha):
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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