O atual vice-presidente, Arcione Piva, da Elevato, foi escolhido novo presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA) em eleição com chapa única. Ele assumirá o cargo em 1º de abril. Será a sucessão do atual presidente, Paulo Roberto Kruse, que deixa o cargo ocupado por duas gestões, entre 2014 e 2022. Varejista da rede de lojas de confecções Patchwork, Kruse concorrerá à presidência da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) com o atual presidente Luiz Carlos Bohn.
O programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, entrevistou Piva sobre os planos para a entidade:
O que a nova gestão planeja?
A ideia primeiro é dar continuidade ao trabalho que o Paulo Kruse e a diretoria atual vêm fazendo, que tem sido um trabalho de extrema qualidade. Esse, aliás, é um grande desafio que tenho, dar continuidade nesse trabalho que já está sendo feito. O varejo tem muitas surpresas diariamente, é buscar entender e se adaptar no dia a dia para tentar encontrar soluções para nossos associados, nossos varejistas, dentro daquelas expectativas que uma entidade forte como é o Sindilojas pode trazer para o varejo. É buscar esses caminhos, entender as dificuldades que os varejistas têm para trazer soluções adequadas a cada um deles, se adaptando ao momento que o varejo nos leva todos os dias.
Quais são os desafios que o varejo tem neste momento?
O primeiro é trabalhar com inovação. A gente tem visto nos eventos que temos participado que o varejo está precisando de muita inovação, especialmente o brasileiro. O Sindilojas está se preparando para isso há um bom tempo com o Conecta Hub, para poder trazer soluções de inovação para o varejista. Claro, nós queremos que o varejista vá lá. Então, meu desafio como o próximo presidente talvez seja pegar o varejista pela mão, trazer para o Sindilojas e mostrar as soluções o que a entidade tem para que talvez ele possa fazer coisas diferentes do que ele vem fazendo até hoje. Porque se continuarmos fazendo o que estamos fazendo hoje, amanhã estaremos obsoletos. E o Sindilojas está preparado, tem equipe, tecnologia, para fazer com que esse varejo seja desenvolvido de uma forma mais rápida e barata para o varejista.
O senhor já atua em atividades empresariais há bastante tempo. Já foi presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac). Quantos anos já nessa lida?
Eu comecei há 22 anos quando meu filho resolveu ser escoteiro. A partir daí, fui levar ele na aula de escotismo, me apaixonei pelo voluntariado e comecei a entrar em entidades. Entrei na Acomac, comecei a participar de todas as reuniões da Acomac. Acabei sendo presidente da Acomac, e, depois, fui convidado pelo Ronaldo Sielichow para fazer parte da diretoria do Sindilojas em 2007. A partir daí, dedico um bom tempo para o Sindilojas, também para Fecomércio, Convention Bureau, sou conselheiro do Sicredi. Entra na veia da gente o voluntariado, a gente acaba não largando mais. Faz bem porque eu gosto de fazer aquilo que gostaria que fizessem para mim: prestar um serviço, mostrar para outras pessoas que nem tudo que me interessa é bom para mim. Às vezes, o que é bom para mim, mas não é bom para os outros, tenho que abrir mão. Esse exercício de abrir mão de coisas que podem ser boas para mim, mas não para outras pessoas, me fascina muito. Me deixa muito feliz quando vejo resultado nas outras pessoas. Virou uma cachaça trabalhar na entidade. Tenho certeza que tudo que a nova diretoria estará assumindo a partir de abril terá um belo trabalho em prol do varejo de Porto Alegre.
Essa dedicação, pelo visto, é de família. Írio Piva, seu irmão, está na presidência da CDL Porto Alegre. Por algum tempo, vocês estarão ajudando as entidades de varejo da Capital.
Eu não sei se isso é bom ou ruim, né, Giane (risos). Claro, tem a empresa, a gente precisa estar lá presente resolvendo os negócios da empresa.
Ah, é. Quem é que vai cuidar da Elevato, né? (risos)
Hoje em dia, a gente consegue fazer, trabalhando à distância, sem muito problema. Mas tem o lado bom, o lado ruim. Embora o CDL e o Sindilojas sejam, entre aspas, entidades concorrentes, a gente faz muitas coisas juntas. Temos uma parceria muito grande. E não é porque é o Írio que está hoje, meu irmão. Já vem há bastante tempo, desde o tempo do Ronaldo (Sielichow), quando foi presidente do Sindilojas com o Alcides Debus na CDL, o (Gustavo) Schifino, o Vilson Noer... Sempre tem uma afinidade bastante grande entre CDL e Sindilojas. Isso deve se reforçar ainda mais agora, até porque somos irmãos. Pelo menos por dois anos vamos estar tocando as duas principais entidades do varejo de Porto Alegre. É muito importante para nós e nos sentimos muito felizes em estar ajudando nosso varejo. Muitas vezes tomando decisões que nos prejudicam individualmente, mas que ajudam a maioria. Esse é o grande desafio.
A própria pandemia foi um exemplo. O segmento de vocês continuou aberto, mas vocês atuaram pelas entidades de varejo nas negociações com governos.
Sem dúvidas. Isso é exatamente o que eu estava falando. Esse desafio de defender o interesse de outras, sem se preocupar com o próprio interesse, que é o grande legado que eu vejo em entidade. Quem tem esse poder, essa liberdade de fazer isso, tenho certeza que será um bom presidente. Eu acho que serei um bom presidente porque tenho essa capacidade de olhar muito mais para o outro do que para mim. Isso ajuda muito. E na pandemia, realmente, o material de construção, que é o caso que eu atuo hoje como empresário, foi beneficiado. Mas muito pela força do Sindilojas, da CDL, das entidades empresariais voltadas ao varejo que trabalharam muito com o governo municipal e estadual e até federal para que isso pudesse ser transformado em um item de primeira necessidade. Graças a Deus, a história mostrou que estávamos certo. Não foi nos varejos que aconteceram os maiores problemas de contaminação. Estar fechado ou aberto não ia mudar absolutamente nada. Às vezes, até pelo contrário. Algumas pessoas em casa faziam mais aglomerações do que nas empresas. Hoje, em função das tecnologias, não tem tanto consumidor dessas lojas. Ele usa muito a internet, os meios digitais para se conectar com as empresas, e acaba indo já com as coisas mais resolvidas no varejo. Isso acaba diminuindo o fluxo, o que é outro desafio que vamos enfrentar nos próximos anos.
Ouça a entrevista:
Ouça também no programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha):
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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