Eis que o dólar furou, no final da manhã, o piso dos R$ 5. Chegou a ser vendido, na cotação comercial, a R$ 4,99. Mas, logo depois, voltou aos R$ 5. É a menor cotação desde julho do ano passado.
O real já acumula valorização de mais de 8% desde o início de 2022. A maior parte desta elevação aconteceu nos últimos dias. O dólar abriu o ano a R$ 5,66. Chegou a se especular se bateria nos R$ 6.
Como a coluna publicou ontem, há um conjunto de motivos para ter disparado a circulação de dólares no Brasil, o que aumenta oferta e reduz preço. Há mais investimento estrangeiro em ações de empresas do setor bancário, de energia e de commodities, além da entrada de dinheiro das exportadoras e da busca por rentabilidade na renda fixa com a elevação da taxa de juro Selic pelo Banco Central. A tensão entre Rússia e Ucrânia também atrai recursos que evitam o mercado russo neste momento.
O que vem pela frente? Prever dólar é complicado, pois ele é muito sensível. Mesmo com a queda agora, a projeção para o final do ano ainda é de alta. O relatório Focus traz previsão de R$ 5,50, menor do que as projeções anteriores, mas ainda elevada.
De um lado, tem a pressão de alta gerada pela elevação do juro nos Estados Unidos e da eleição aqui no Brasil, que sempre gera incerteza por parte do investidor. Por outro lado, a taxa de juro Selic continuará subindo e a tensão entre Rússia e Ucrânia pode trazer para cá dólares que iriam para o mercado russo.
Em tempo, investir em dólar não é para leigos. A volatilidade e os custos são grandes. É indicado, porém, para quem tem planos de gastos na moeda, o que faz o investimento servir mais como um seguro do que como um gerador de rentabilidade.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna
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