Após atingir picos que o aproximaram dos R$ 6, o dólar tem sustentado uma queda nos últimos dias. Nesta terça-feira (22), está sendo negociado em queda superior a 1%, a R$ 5,05 na cotação comercial. Já gera especulações de que possa ficar abaixo dos R$ 5.
O motivo tem sido a entrada de dólares no Brasil. Isso eleva a oferta da moeda em circulação no país, provocando a queda de preço. O investimento "gringo" no país já subiu 7% em 2022. O dinheiro está sendo usado para comprar ações especialmente de empresas do setor bancário, de energia e de commodities. O entendimento é de que o preço do papel está bom, considerando o retorno previsto para quem compra.
A alta da taxa de juro é ferramenta do Banco Central para controlar a inflação, restringindo crédito. Porém, ela também atrai o investidor internacional, que busca uma maior rentabilidade, oferecida aqui na renda fixa. Aliás, a elevação da taxa de juro deve ocorrer em breve também nos Estados Unidos, o que aumenta a atratividade por lá. Os norte-americanos enfrentam inflação como nós. Porém, o juro deles ainda continuará bem perto de zero, enquanto a Selic brasileira deve fechar o ano acima de 12%, preveem os analistas.
Há, ainda, um outro movimento que aumenta a circulação de dólares no Brasil. As empresas exportadoras estão trazendo a moeda para cá, aproveitando que a cotação ainda está alta. Os embarques cresceram muito, especialmente de commodities.
O que vem pela frente? Prever dólar é complicado, pois ele é muito sensível. De um lado, tem a pressão de alta gerada pela elevação do juro nos Estados Unidos e da eleição aqui no Brasil, que sempre gera incerteza por parte do investidor. Por outro lado, a taxa de juro Selic continuará subindo e a tensão entre Rússia e Ucrânia pode trazer para cá dólares que iriam para o mercado russo.
Em tempo, investir em dólar não é para leigos. A volatilidade e os custos são grandes. É indicado, porém, para quem tem planos de gastos na moeda, o que faz o investimento servir mais como um seguro do que como um gerador de rentabilidade.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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