Prestes a fechar o primeiro ano com dois dígitos desde 2015, a inflação deve dar uma trégua somente no segundo semestre de 2022, projeta o coordenador dos índices de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. Até lá, tem ainda os aumentos tradicionais de início de ano, como mensalidades e impostos, que refletem ainda a alta de preços de 2021. Como a economia é muito indexada, a inflação se retroalimenta. Aliás, o reajuste de 10,16% do salário mínimo nacional é isso também.
- Não que o percentual seja grande coisa. O reajuste está defendendo o salário mínimo, mas tem impacto na economia. Você está colocando a inflação de um ano no outro.
Para 2022, está se projetando inflação de 5% ao consumidor. É bem menor, mas em cima dos 10% de 2021.
- Os preços não vão cair. Vão subir mais lentamente.
No programa Gaúcha Atualidade, Braz projetou o comportamento dos preços que mais têm impactado o brasileiro:
- Alimentos guardam a melhor notícia. Com estabilidade cambial, devem subir 4% contra os 8% de 2021. Na conta de luz, há melhora nos níveis de reservatórios com chuva em regiões onde eles ficam. Para maio, teremos um bandeira tarifária menor, cada vez mais barata, isso é importante. Mas energia não sai do radar, porque existe uma dívida que precisa ser pagar. No caso do gás de cozinha e da gasolina, depende do comportamento do petróleo, o que não tem muito como prever, depende de produção e demanda mundial. Novas ondas de covid-19 no Exterior podem provocar novas restrições, o que afeta a indústria e reduz a cotação do petróleo. Como os países vão atuar para conter a doença. Medo de lockdown, eles não têm.
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Para fechar, o coordenador da FGV defendeu ajustes fiscais para que o controle da inflação não fique apenas com a alta de juro pelo Banco Central. Afinal, ela restringe crédito e afeta a geração de empregos.
- Sem emprego é um problema. Com alguma renda, você convive com a inflação. Sem renda nenhuma, não tem como.
Na entrevista, Braz também fala sobre os índices de inflação que reajustam contratos, como o aluguel. Confira na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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