O Ibovespa fechou 2021 com queda de 11,93%, o primeiro resultado negativo desde 2015. Ele é o índice que concentra as ações mais negociadas na bolsa de valores de São Paulo, a B3. É um termômetro importante, mas os comportamentos das empresas que o compõem variam muito.
A coluna lista abaixo as cinco maiores altas e as cinco maiores quedas no Ibovespa em 2021. Perceba que câmbio e alta de commodities beneficiam algumas companhias, enquanto inflação e juro altos afetam outras. Há também, claro, peculiaridades de segmentos e de empresas. Confira:
Maiores altas:
1 - Embraer +180%
A empresa teve um 2020 ruim, com queda nos pedidos de aviões provocada pela pandemia e a Boeing desistir da joint venture. Já em 2021, a vacinação trouxe a volta de viagens e a empresa conseguiu melhoras operacionais. Os anúncios da empresa sobre o "carro voador", o eVTOL, também animaram investidores.
2 - Braskem +176%
Também se recuperou de um 2020 ruim. Teve resultados impulsionados pelo câmbio e pelas commodities. Também foram divulgadas informações sobre como será sua venda, o que sinaliza de que a operação está mais perto de ser realizada.
3 - JBS +75%
A demanda por proteínas tem crescido no mundo, com um cenário favorável de consumo especialmente nos Estados Unidos. Vale para carne bovina e de frango. Há perspectiva de retomada de exportações à China e arrefecimento no custo dos grãos.
4 - Marfrig +73%
O câmbio favorável à exportação e o aumento da demanda por carne ajudaram a companhia, que também apresentou crescimento de quase 150% no lucro no terceiro trimestre.
5 - Petro Rio +47%
Empresa privada de exploração de petróleo, foi beneficiada pela alta da cotação da commodity. Em 2020, já tinha dobrado o valor da ação. A companhia tem feito diversas aquisições nos últimos anos.
Maiores baixas:
1 - Magazine Luiza -71%
A queda ocorre após uma alta de 110% nas ações do Magalú em 2020. O cenário de inflação, economia fraca e alta de juro tem prejudicado papéis de varejo em geral. Além disso, gigantes mundiais de comércio eletrônico ampliaram atuação no Brasil, elevando a competição pelo consumidor.
2 - Via - 67%
A ex-Via Varejo também sente o impacto do cenário econômico no consumo. Também teve que aumentar as provisões para ações trabalhistas.
3 - Pão de Açúcar -62%
A empresa fez uma cisão dos papéis do Assaí e do GPA. As ações de um subiram e de outro, caíram.
4 - Americanas -58%
Além do cenário desafiador para o Varejo, a empresa fez uma reestruturação. Ocorreu a fusão da Lojas Americanas com a B2W Digital.
5 - Eztec -51%
A alta do juro deixa desafiador o cenário da construção civil, muito dependente de crédito.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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