A inflação de Porto Alegre recuou bem em outubro sobre setembro. Medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S) fechou o mês em 0,96% sobre 2,02% do mês anterior. Repare que é uma desaceleração da alta de preços, não uma queda média, o que seria, então, deflação. O acumulado de 12 meses também segue alto, em 11,71% na capital gaúcha.
Mas chamou a atenção que o item em destaque nas pressões negativas - ou seja, que evitaram uma inflação maior -, foi a costela bovina. O corte de carne pesa no cálculo da inflação de Porto Alegre por estar entre os preferidos dos gaúchos. Na média, foi um recuo pequeno, de 1,86%. Está longe, claro, de compensar a alta acumulada em um ano, que fica em torno de 30%. Ainda assim, a coluna percebeu alguns reais a menos no preço do quilo da costela nas promoções em que costuma comprar.
A queda no preço da carne em geral, mesmo que com recuos pequenos, era esperada devido à suspensão das exportações para a China. A coluna já tinha identificado recuos em pesquisas anteriores. No entanto, não há garantia de que isso seguirá ocorrendo ou que venha uma alta por aí. Pela pesquisa da cesta básica divulgada hoje pelo Dieese, a carne bovina de primeira teve o preço reduzido em nove capitais, incluindo Porto Alegre.
Também apareceu na pesquisa de inflação a queda no preço do leite (-1,02%) e do pão (-1,6%). Por outro lado, a gasolina e a conta de luz seguem liderando as pressões de alta. Houve reajuste da gasolina pela Petrobras, repassado às bombas. A pesquisa também pegou a bandeira escassez hídrica, com cobrança mensal mais elevada pelo uso de energia elétrica.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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