A Petrobras anunciou reajuste de R$ 0,21 na gasolina e de R$ 0,28 no diesel. Os aumentos valerão a partir desta terça-feira (26). Os motivos para a elevação são os já conhecidos e que têm se intensificado nos últimos dias: a alta do preço do petróleo no mercado internacional - que atinge os maiores patamares em três anos - e a desvalorização do real em relação ao dólar - que se intensificou na semana passada com o estresse do mercado gerado pelo furo do teto fiscal para bancar o Auxílio Brasil.
O preço médio de venda da gasolina A da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,21 por litro nas refinarias. Alta de 7,05%. Para o diesel A, o preço médio de venda da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,28 por litro, ou seja, 9,15%.
Considerando a sensibilidade do momento para aumentos de combustíveis, os comunicados da Petrobras estão mais detalhados. Hoje, a estatal apontou que a alta da gasolina na refinaria terá impacto de R$ 0,15 por litro na parcela da empresa no valor praticado nas bombas:
"Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço da gasolina na bomba passará a ser de R$ 2,33 por litro em média. Uma variação de R$ 0,15 por litro."
E para o diesel, o cálculo da Petrobras aponta para aumento de R$ 0,24:
"Considerando a mistura obrigatória de 12% de biodiesel e 88% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço do diesel na bomba passará a ser de R$ 2,94 por litro em média. Uma variação de R$ 0,24."
No comunicado, a Petrobras também citou o alto volume de encomendas para novembro, ficando acima da sua capacidade de produção:
"O alinhamento de preços ao mercado internacional se mostra especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda atípica recebida pela Petrobras para o mês de novembro de 2021."
Como a coluna publicou mais cedo, a alta era esperada. Em uma mudança clara e forte de discurso voltada ao mercado, o presidente Jair Bolsonaro avisou, na sexta-feira (22), de que um novo reajuste dos combustíveis pela Petrobras era "iminente" e, ontem, alertou que ele ocorreria nesta semana. Deixou claro que não faria intervenção nos preços, afirmando que congelar preços é pior depois e que o governo pagaria pela interferência na estatal. Até mesmo porque se ele mantivesse a intenção de mexer na política de preços, o câmbio ficaria ainda mais estrangulado, provocando novo aumento. E aí, como se sabe, o impacto não é só nos combustíveis.
A alta do dólar e do petróleo deixa a gasolina nas refinarias daqui 20% defasada em relação ao Exterior. Em tempos normais, a estatal não deixaria passar de 15% sem aumentar, mas os combustíveis estão estrangulando a inflação.
Quando aumenta o preço na bomba, tem elevação da carga tributária. Com o maior peso e por mais que não tenha elevação de alíquota, o ICMS a ser recolhido é calculado em cima do preço de pauta, que é atualizado conforme variam os valores cobrados nos postos de combustíveis. De tributos federais, a gasolina ainda paga Cide e PIS-Cofins.
Aqui, confira entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, Rádio Gaúcha, do presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do RS (Sulpetro RS), João Carlos Dal’Aqua. Foi antes do anúncio, mas detalha a complexidade da situação dos preços:
Para novembro, ainda há a pressão das cotas que a Petrobras estabeleceu às distribuidoras porque encomendas superaram capacidade de produção. Se as empresas tiverem que importar combustíveis, ele virá ainda mais caro. Veja o que Bolsonaro falou sobre a política de preços: Gasolina sobe de novo nas bombas e Bolsonaro entende que mais um reajuste da Petrobras é iminente
* Colaborou Daniel Giussani
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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