O preço da gasolina subiu pela terceira semana consecutiva no Rio Grande do Sul. Passou para uma média de R$ 6,65, quatro centavos acima da pesquisa anterior da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O valor mais alto encontrado foi de R$ 7,46, praticado em Bagé. Em Porto Alegre, a alta foi mais intensa, fazendo com que a média da Capital passasse a do Estado na última semana. O preço ficou em R$ 6,77, o que significa elevação de 17 centavos sobre o levantamento anterior.
Na refinaria, alerta para possibilidade forte de um novo reajuste por parte da Petrobras. A alta do dólar e do petróleo deixam a gasolina brasileira atualmente mais de 20% defasada em relação ao mercado internacional. Em tempos normais, a estatal não deixaria passar de 12% ou 15% sem aplicar aumentos. No entanto, os combustíveis têm sido as principais pressões sobre a inflação e gerado uma tensão na sociedade. À tarde passada, antes da fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro fez uma manifestação - até contra as que tinha realizado anteriormente - avalizando a política de preços da Petrobras, afastando interferência e confirmando que há um novo reajuste no horizonte.
— Não existe da nossa parte o congelamento de preços. Sabemos que as consequências são piores que o aumento em si. Sabemos que estamos na iminência de mais um reajuste no combustível. E quando vai para o diesel influencia diretamente na inflação - disse ele, admitindo um reajuste iminente:
— Nós sabemos que, aumentando o preço do petróleo lá fora e o dólar aqui dentro, o reajuste em poucos dias ou semanas, tem que ser cumprido na ponta da linha pela Petrobras.
E complementou:
— Ou seja, a Petrobras, uma empresa que tudo que acontece que não seja bom, a responsabilidade é minha. Nós indicamos o presidente da Petrobras, mas não temos ascendência sobre ela.
No ano, a Petrobras já reajustou o preço do diesel em 51,4% nas refinarias. No caso da gasolina, esse aumento chega a 61,9%.
Para novembro, as distribuidoras chegaram a falar em "potencial desabastecimento" com as cotas que foram estabelecidas por Petrobras porque as encomendas superaram sua capacidade de produção. No entanto, a estatal reforçou que elas podem comprar de outros fornecedores, o que significa importar mais. Porém, como a gasolina está mais fora no Exterior, a gasolina e o diesel chegariam ainda mais caros aqui, o que desagrada os distribuidores e pode impactar - ainda mais - os preços ao consumidor. A conferir o desenrolar desta situação.
Desde quinta-feira (21), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados apoiam greve dos transportadores de combustíveis contra a alta do preço dos combustíveis. Presidente do Sulpetro-RS - sindicato que representa os postos -, João Carlos Dal'Aqua verificou que, por enquanto, não há risco por aqui. Ele consultou distribuidoras e outros envolvidos no setor.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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