O juro em alta não é saudável para uma economia. E a crise política e fiscal enfrentada agora pelo país pressiona a inflação, o que tende a fazer com que o Banco Central eleve com ainda mais intensidade a taxa Selic, referência para os juros no país. No mercado financeiro, os juros futuros já apontam para isso. Para quem investe, a renda fixa volta a se tornar atrativa, o que, aliás, era algo criticado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que reclamava dos chamados "rentistas".
Quando o país enfrenta momentos turbulentos, o Tesouro Direto oferece condições melhores aos investidores, que exigem retornos maiores. Isso porque comprar um título é como emprestar dinheiro ao governo federal. Nos últimos três dias, as taxas oferecidas subiram até 1,15 ponto percentual, o que faz uma grande diferença na rentabilidade, ainda mais no longo prazo. Os juros dos títulos prefixados, inclusive, estão perto do patamar do impeachment de 2016.
Ontem, o Tesouro Prefixado com vencimento em 2024 oferecia retorno de 11,36% ao ano. O investimento mínimo é de R$ 30 (sim, só isso mesmo). Outra opção muito boa para proteger o dinheiro da alta de preços é o Tesouro IPCA+, que paga a inflação oficial do país mais o juro definido na hora da compra, que estava 5,25% para vencimento em 2026. Há poucos dias, ficava em pouco mais de 4%. O aporte mínimo é R$ 57,66 (sim, só isso mesmo).
Qual a segurança do Tesouro Direto? Praticamente a mesma da poupança. É o risco de o governo não pagar o que deve. Ou seja, não é impossível, mas é muito improvável.
E quanto às oscilações? Esse ponto é importante, porque, sim, a situação das contas públicas pode piorar e 2022 é ano eleitoral. Se você segurar o seu título até a data do vencimento, receberá o que foi acordado na hora da compra, desconsiderando variações diárias de preços. Caso opte por vender antes, receberá o que o mercado está pagando, o que pode ser bom ou ruim. Então, terá que esperar uma boa "janela" para se desfazer dos papéis com ganho.
Mais sobre o Tesouro direto:
Título do Tesouro Direto: título da dívida pública emitido pelo governo federal. Na prática, significa emprestar para o governo, por isso, é considerado muito seguro. Além do imposto de renda, há desconto de 0,25% ao ano de custódia. O investidor pode sacar o dinheiro antes do fim do prazo contratado, sujeito a flutuação do preço de mercado. A maioria dos bancos e corretoras não cobra taxa. Há três tipos:
Tesouro Prefixado: título que paga uma taxa predefinida no prazo contratado. O investidor pode resgatar antes do vencimento, mas a rentabilidade pode ser maior ou menor do que a taxa contratada.
Tesouro IPCA+: título que remunera a variação da inflação (IPCA) mais uma taxa adicional. O investidor pode resgatar antes do prazo, mas a rentabilidade pode ser maior ou menor do que a contratada.
Tesouro Selic: título que acompanha taxa de juros básica da economia. É o mais estável, e o investidor não corre riscos de perdas se fizer resgate antecipado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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