Com tantas altas de preço da carne à gasolina e à conta de luz, está difícil encontrar alívios para o bolso. Mas o coordenador de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Andre Braz, chamou a atenção da coluna para a queda de preços das frutas, o que tem, inclusive, evitado elevações ainda maiores da inflação para o consumidor.
Analisando tabelas do Dieese e do IBGE, a coluna identificou uma redução significativa em alimentos in natura, que são aqueles que não passam por processo algum de industrialização. Come-se eles como saíram da terra ou das árvores. As safras foram boas, mantendo um nível de oferta adequado para reduzir preços mesmo com aumento de exportações.
O IBGE aponta redução média de 12,59% no acumulado de 2021 nos preços das frutas pesquisadas na região metropolitana de Porto Alegre. As quedas mais intensas foram na banana (-28,5%) e na maçã (-26%). Somente a manga teve aumento acima da inflação no período. Mesmo que não entrem no grupo das frutas nas pesquisas, destaque para a queda nos preços da batata e do tomate, que também aparece na cesta básica do Dieese.
O continuidade do clima favorável é essencial para manter esse cenário de preços menores, reforçou Braz à coluna. Segundo ele, no nordeste do país, o regime de chuvas está mais regulado do que no Sudeste, haja vista a crise hídrica que ameaça o fornecimento de energia.
Lembrando que frutas da estação e de produção local costumam ser ainda mais baratas e saudáveis, pois a oferta é maior e o alimentos não precisam passar por transporte e conservação. E, não, a coluna não está sugerindo substituir a carne mais cara por frutas. É apenas um estímulo para dar mais espaço aos alimentos in natura nas refeições diárias.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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