Em abril, a Via Varejo passou a se chamar Via. A mudança de posicionamento, que também transformou o Ponto Frio, uma das suas marcas, em Ponto, é acompanhada por um novo plano de expansão da empresa no Rio Grande do Sul. A ideia da maior rede de varejo do país é abrir, até o final de 2022, mais de 50 novas operações, entre Ponto e Casas Bahia, com uma mudança na estratégia. Para saber mais sobre os planos da companhia no Estado, o programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha) conversou com Daniel Cremonini, diretor de expansão da Via. Confira:
É a primeira vez que falamos da Via desde que ela deixou de ser a Via Varejo. Como ficaram as marcas do grupo?
A estratégia da Via é, justamente, consolidar esse rejuvenescimento das marcas, tanto da Casas Bahia como do Ponto, que precisavam desse "up". E a Via, como um todo, passou a ser o nosso caminho, a nossa plataforma, e entendíamos que não fazia mais sentido falar que era Via Varejo, e, sim, só Via. Imagine caminhos com a nossa plataforma de marketplace, que acelera a cada dia com novos vendedores, com todas as nossas plataformas e tecnologia nesse pilar da companhia.
Falando da operação física, a Via tem hoje no Rio Grande do Sul as Casas Bahia e o Ponto. Isso?
Isso. O Ponto está há um pouco mais de tempo. Hoje, estamos com 15 lojas da bandeira Ponto e outras 19 da Casas Bahia, que veio um pouco depois, em 2012. Temos mapeado que o Rio Grande do Sul é um Estado super estratégico. Vem de acordo com a nossa estratégia de crescimento, de aumentar a capilaridade de lojas em todo o território nacional. E o Rio Grande do Sul tem todas as características que favorecem esse crescimento. São mais de 950 lojas de outros concorrentes. É o Estado do Brasil que mais tem concorrentes no nosso segmento, mas que tem espaço para entrarmos e aumentar nossa capilaridade, sobretudo no Interior, que é onde ainda não temos uma participação mais expressiva.
A entrevista completa:
A última vez que entrevistei um porta-voz do grupo foi em 2018, e, na época, a empresa apresentou uma ideia de expansão falando muito sobre a abertura no Interior, principalmente, de lojas menores, com conceitos digitais, prateleira infinitas. Essa estratégia continua?
Na verdade, mudamos um pouco a estratégia. O varejo vem se transformando muito. Ampliamos bastante, de 30% a 40%, o tamanho dos nossos estoques, justamente por conta dessa possibilidade de o cliente comprar online e retirar nas lojas.
As lojas acabam sendo pequenos centros de distribuição?
Exatamente. De toda venda online nacional, 50% passa pelas nossas lojas físicas. Então, a estratégia de ter uma capilaridade de loja física em todo o território brasileiro é alavancar essa possibilidade de entrega direto da loja, sobretudo para trazermos maior velocidade. Hoje, o cliente não quer ser só bem atendido e ter um bom crediário, mas também uma eficiência na entrega. Quanto mais rápido, melhor para nosso cliente.
Qual o plano de expansão aqui no Rio Grande do Sul?
Para este ano, já temos 12 lojas contratadas no Rio Grande do Sul, além de outras duas que acabamos de aprovar no comitê de expansão. Então, só no Rio Grande do Sul, já são 14 lojas. A nossa ideia é abrir perto de 20 lojas até o final do ano. Mas nosso plano não é somente para 2021, mas também para 2022. A estratégia é colocar um número acima de 50 novas lojas nos dois anos, somadas às 34.
Alguma região em especial?
Nós deixamos mapeadas 44/45 praças, cidades com potencial de consumo que atendam aquilo que estamos procurando e indicadores econômicos que façam sentido para que possamos ter a nossa unidade. Então, são cidades como Caxias do Sul e Santa Maria. Em Viamão, inauguramos já uma loja. Em Lajeado, Cruz Alta e Taquara, já estamos com vagas de emprego abertas.
Sobre essas vagas, como se inscrever?
É possível se inscrever pelo site e pela plataforma da Via no Gupy. O candidato pode escolher a cidade que mais faça sentido para ele.
Considerando esse plano de expansão, vocês projetam a criação de quantos empregos?
Com essas 12 lojas que já temos aprovadas, temos previstas 595 vagas diretas, de funcionário de loja, fora todo o emprego indireto que isso gera. Além do crescimento natural que implica no aumento dos centros de distribuição. No Rio Grande do Sul, temos um em Cachoeirinha e, com essas lojas, é provável que aumentemos, também, entre 60 e 80 vagas de emprego no centro de distribuição.
Mas aí aumentaria no próprio centro de distribuição, isso? Ou seria um novo?
O nosso centro de distribuição conta, hoje, com 40 mil metros quadrados. Como vamos aumentar a capilaridade de lojas e há cidades menores, como Garibaldi e Camaquã, estamos usando nossas lojas como hubs para facilitar a entrega. Não faz sentido, nesta primeira onda de expansão, falar sobre ampliar ou abrir um novo centro de distribuição. Na segunda onda, já temos um estudo para isso, mas nada concluído para dar informação sobre expansão de área logística.
E qual vai ser a aposta de vocês? Em qual marca?
Para este ano, vamos fortalecer bastante a marca Casas Bahia, mas não vamos deixar de colocar Ponto onde entendermos que faz sentido. No Rio Grande do Sul como um todo, temos poucas operações em shopping centers, e queremos aumentar nossa operação em shoppings estratégicos. Então, provavelmente, nesses shoppings, vamos entrar tanto com a bandeira Ponto quanto com a Casas Bahia, mas não necessariamente com as duas no mesmo empreendimento, sempre analisando a estratégia do empreendimento e das marcas. Hoje, temos sete unidades em shoppings. O Ponto também não vai ficar restrito para lojas de shopping, mas também vamos olhar para centros comerciais em cidades que também tenham aderência com a marca.
O senhor comentou que aqui é um mercado com bastante concorrência. Temos as redes nacionais, temos redes que foram compradas, redes locais... Qual a aposta da Via para atrair o consumidor gaúcho considerando a concorrência?
Nós vamos levar para o nosso consumidor aquilo que o nosso concorrente talvez não tenha trabalhado. Muito foco no atendimento. Temos um crediário muito atrativo. E, sobretudo, temos um diferencial competitivo bastante estratégico. A Via é proprietária da Bartira, a maior fábrica de móveis do país, o que nos possibilita ter uma oferta para toda essa nossa classe mais focada, classe C, classe B, até classe D e E. Para esse público, temos uma capilaridade muito boa no segmento de móveis. Além disso, o Rio Grande do Sul tem a terceira maior renda média do país e o segundo maior PIB. Quando consideramos só o Estado, entendemos que, mesmo com todas as concorrentes já presentes, temos muito espaço. Em todas as cidades que já mapeamos, tem muito espaço para crescer, deficiência de oferta de produtos e oportunidades. Vamos entrar para cobrir esse hiato que entendemos ter nos três Estados do Sul, mais focado ainda no Rio Grande do Sul.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.