Para não enrolar, a coluna já responde que não tem como saber agora se a carne ficará mais cara com o aumento previsto para as exportações a partir da conquista do Rio Grande do Sul da certificação de zona livre de aftosa sem vacinação. Mas podemos ponderar algumas questões envolvidas nessa preocupação do consumidor, que é legítima considerando o peso do alimento no orçamento e o quanto ele tem subido desde o final de 2019, antes mesmo da pandemia.
Em geral, ter mais mercados comprando carne gaúcha reduzirá oferta para os compradores locais, que vão concorrer com importadores de outros países. O preço tende a ficar mais alto, como foi reforçado por Ronei Lauxen, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), em entrevista à tarde passada ao programa Gaúcha+ , da Rádio Gaúcha. Mas quando teremos esses novos mercados? Não se sabe ainda. Pessoal está de olho no Japão, nos Estados Unidos, no envio de carne com osso para a China, entre tantas outras possibilidades. Mas saiu agora uma certificação. Ainda é preciso conquistar o comprador.
O preço está alto agora porque a demanda já é forte, principalmente da China. Além disso, os custos subiram, da alimentação do animal ao transporte. O câmbio também favorece a exportação e encarece o que precisa ser importado para a produção. Percebam que são vários fatores. Isso também pode ser positivo porque há frentes que podem ser atacadas para se reduzir custo enquanto se conquista os tais mercados que a coluna falou no parágrafo anterior, minimizando assim o impacto no meu, no seu e no bolso dos demais consumidores que estão preocupados com o churrasco. Incluindo, quem sabe, aumento de produção e de produtividade.
Sei que só falar que o preço da carne pode subir já dói na carteira. Mas não se pode não comemorar a conquista do Rio Grande do Sul. O próprio presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), Antônio Cesa Longo, saúda a certificação. Estima-se uma injeção bilionária na receita de exportação da pecuária, um dinheiro que entra para os produtores rurais, mas que, depois, circula por toda a economia. Tem impacto na indústria, na logística, nas instituições financeiras e até no pequeno comércio do Interior que depende dessa renda do campo. Sobre todos os reflexos da medida, recomendo a leitura das colunas da colega Gisele Loeblein, a nossa especialista do agronegócio em GZH.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo de GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.