Após ter solicitado liberação do delivery e do pegue e leve para o comércio não essencial - e ter conseguido a telentrega -, a Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) negocia mais dois pedidos com o governo do Estado para enfrentar o período de fechamento na bandeira preta. Um deles é que as lojas possam abrir para receber pagamentos, com o argumento de que é essencial para manter o caixa dos negócios. Assim como ocorreu em um período do ano passado, um pequeno espaço do estabelecimento poderia receber os clientes para quitar parcelas de compras feitas no crediário. Como naquela ocasião, não haveria circulação pela loja e nem poderiam ser vendidos produtos. Lojas do Interior, em especial, alegam que o consumidor não usa meios digitais de pagamento.
Presidente da AGV, Sérgio Galbinski também retomou uma discussão que apareceu com força no ano passado em relação à autorização para que supermercados abram vendendo itens não essenciais. Os lojistas consideram a situação injusta e pedem que seja proibida a comercialização desses produtos de bazar, medida que até começa a ser adotada em alguns municípios. Como argumento, dizem que isso leva mais clientes até os supermercados, eles circulam por mais tempo e, ainda, a venda desses produtos não fica represada para quando o comércio for autorizado para abrir novamente.
Já o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, mandou uma mensagem mostrando preocupação em relação às operações de crédito assumidas pelos bares e restaurantes no ano passado. A entidade pede que bancos refinanciem os empréstimos sem colocar na "lista negra" os empresários que tiveram, agora, de fechar novamente. Já foi procurado o Banrisul, por exemplo.
- Vivemos com recebíveis. É um setor complexo, que vende hoje para pagar amanhã - lembra o empresário.
Ele diz que cada um, inclusive os bancos, precisam fazer a sua parte em mais um momento difícil para a economia:
- Raros de nós conseguiram o Pronampe (programa de empréstimo para micro e pequenos empresários). Parte dos que conseguiram teve que fazer um seguro ao redor de 10% do valor contratado. Estado, município e governo federal oferecem paliativos, sem um plano de sustentação.
Ainda nesta terça-feira (2), a bancada do Partido Novo solicitou ao governo do Estado a flexibilização do ICMS para as empresas gaúchas que estão sujeitas às restrições da bandeira preta. O governador Eduardo Leite está recebendo o documento assinado pelos deputados Giuseppe Riesgo e Fábio Ostermann. Na prática, pede que seja adiada a obrigação de recolher o imposto.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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