Com a aquisição da CEEE-D pela Equatorial Energia, os investidores já começam a projetar quais estratégias podem ser adotadas pela compradora. Uma das possibilidades levantadas é de que a companhia se interesse também pela Corsan. A empresa gaúcha de saneamento será privatizada por um IPO (sigla em inglês para oferta inicial de ações) que o governo gaúcha prevê para outubro.
Mas por que essa hipótese? A Equatorial manifestou já seu interesse na área de saneamento. Em teleconferência com investidores recentemente, a direção confirmou a análise de informações sobre a venda da Cedae, empresa de saneamento do Rio de Janeiro que também será privatizada.
Ainda é cedo, claro, mas o mercado sempre se antecipa com suas projeções. E talvez esteja aí uma brecha para sinergia de operações para a Equatorial no Rio Grande do Sul, atuando também em saneamento, além da área de energia elétrica. Ambos são setores de demanda estável, pois trabalham com produtos de primeira necessidade, mas que exigem investimentos. E, no caso de CEEE e Corsan, há um desafio extra de gestão, especialmente de dívidas.
Aliás, o resultado do leilão desta quarta-feira (31) surpreendeu. A preferida para levar a CEEE era a CPFL, que, como dona da RGE, atua em boa parte do Rio Grande do Sul e poderia ter bons resultados de sinergia das operações.
Impacto na bolsa
As ações da Equatorial subiam 5,5% na abertura do pregão na bolsa de valores de São Paulo, a B3. No início da tarde, passaram a subir mais ainda, com alta de 7% no preço dos papéis. A valorização sinaliza que investidores aprovaram a aquisição e têm boas perspectivas do impacto da compra no negócio da Equatorial.
- A Equatorial é uma das mais respeitadas operadoras privadas de energia do país, com seus executivos acumulando um histórico bem sucedido de "turnaround" de concessões que eles assumiram e que apresentavam indicadores operacionais muito ruins, e que ao longo do tempo melhoraram muito, tornando-a um "benchmark" no setor. O mercado está dando o benefício da dúvida à Equatorial, esperando que ela melhorará a operação da CEEE - comenta Wagner Salaverry, sócio da Quantitas Asset, explicando sobre a valorização das ações da empresa.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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