Desde que assumiu a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Claudio Bier tem implementado mudanças, tendo o CEO Paulo Herrmann (ex-John Deere) como seu braço direito. Otimizar a estrutura e aproximá-la das mais de 40 mil pequenas indústrias gaúchas estão entre os objetivos. O sistema "S" passará por fortes alterações, incluindo a unificação de Senai e Sesi. Abaixo, confira trechos da entrevista de Bier ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, e ouça a íntegra no final da coluna.
Como serão as mudanças no Senai e no Sesi?
O Sesi e o Senai são dois braços importantíssimos da Fiergs, mas pouca gente se dá conta que são da Fiergs. Contratamos a Falconi (consultoria de gestão) para nos assessorar. Ela fez três mapas. Um é da Fiergs/Ciergs com seus diretores e vice-presidentes, outro é o Sesi e outro é o Senai. É uma coisa inadmissível. Temos que ter um mapa só. Temos lugares onde um não fala com o outro. Tem um exemplo em Pelotas, onde Sesi e Senai têm uma sede maravilhosa. De um lado, a grama estava bonitinha, cortadinha. Do outro, grama feia e alta. São coisas que têm que ser unidas e o responsável por tudo isso é o presidente da Fiergs. Então, entramos com uma administração profissional para fazer uma Fiergs mais ágil, dinâmica e propositiva. Para isso, tem que haver mudanças.
Já escolheu quem comandará a unificação?
Por enquanto, provisoriamente, ficará o Paulo Herrmann. Abaixo dele, vamos contratar um diretor que cuidará de tudo, do Sesi e do Senai, e tentará unificar as coisas. Ali, temos dois departamentos de marketing, dois de compras... Temos muita gente boa lá, fiquei surpreso com a qualidade dos nossos colegas, mas tem muita gente debaixo da mesa. Temos que descobri-los e botar a trabalhar, unificar. É isso que vamos fazer. Quando entrei lá, reuni toda a diretoria e disse: "nós viemos para transformar a Fiergs, que tem que ser a cara da indústria". Nas nossas indústrias, fizemos assim. Então, na Fiergs, temos que fazer também. Estão dispostos a colaborar. Uma das coisas que eu fiz foi delegar e tenho recebido muito auxílio dos meus vice-presidentes, de todos os diretores. Anda tudo que eu peço e delego.
Terá enxugamento de pessoas?
Não necessariamente. O que queremos é aumentar produtividade. Não é porque um é da Fiergs, do Sesi ou do Senai que não pode fazer. Temos que unificar e qualificar para ser o mesmo pessoal. Não pensamos em demitir ninguém. Queremos é que esse pessoal tenha uma atividade mais produtiva, para uma Fiergs mais leve, mais ágil.
Pretende ampliar a Fiergs? O prefeito Sebastião Melo falou sobre assumirem a área da usina de asfalto de Porto Alegre.
A Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e a prefeitura de Porto Alegre querem que a gente construa o centro de tecnologia e competência no centro de Porto Alegre, onde ficaria o Teatro da Ospa, perto da Orla. A prefeitura tem uma usina de asfalto atrás da Fiergs que deixa os carros dos nossos funcionários com fuligem. É desagradável. Eu queria que tudo ficasse junto lá (o centro de tecnologia na sede da Fiergs). Mas confesso que me convenceram que o Centro é melhor e está tudo encaminhado para o projeto sair na Orla. É mérito da pessoa voltar atrás e concordar. Nessa negociação, pedi ao prefeito Sebastião Melo que nos cedesse a área da usina e a Fiergs conseguiria outra ou transferiria a usina para um espaço da prefeitura, com tudo que tem lá.
Ouça a entrevista na íntegra:
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: cidade de data centers, supermercado estreia no Litoral, 1,5 mil m² de piscinas e mais
É assinante mas ainda não recebe a carta semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna