Faltando um mês para fechar o ano, o Rio Grande do Sul já registrou 101 pedidos de recuperação judicial de empresas em 2020. O levantamento da Serasa Experian considera o período de janeiro a novembro. O número representa um aumento de 38% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 73 empresas pediram recuperação. Não surpreende, considerando o impacto da pandemia no caixa das companhias. Acertar o momento de pedir a recuperação judicial é essencial para o sucesso da reestruturação do negócio.
O mecanismo de recuperação judicial substituiu a antiga concordata. Tem por objetivo dar um fôlego para a empresa negociar dívidas e manter a operação, suspendendo temporariamente cobranças e evitando a falência. Pelo rito processual, a empresa solicita autorização da Justiça. Após deferido o pedido, a companhia tem um prazo para apresentar um plano de recuperação judicial, que precisa ser aprovado pelos credores para, então, ser executado. O monitoramento da Serasa contabiliza 91 deferimentos de pedidos de recuperação judicial no Estado neste ano, contra 62 do mesmo período de 2019.
Houve, no entanto, uma queda nas falências. A pesquisa aponta 44 quebras de empresas, contra 151 do período de janeiro a novembro do ano passado. Para o economista da Serasa Experian Luiz Rabi, houve redução do número de pedidos de falência e isso está ligado à mudança de comportamento no mercado:
- O pedido de falência está caindo em desuso. Antes, quando uma empresa atrasava os pagamentos era muito comum o pedido de falência. Hoje, existem diversas ferramentas que a ajudam a evitar essa medida - analisa Rabi.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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