Nos últimos meses, a empresa gaúcha Dimed, dona da rede de farmácias Panvel, vem sendo questionada por acionistas minoritários. Eles não concordam com proposta de conversão de ações preferenciais em ordinárias, uma medida da empresa para entrar no chamado Novo Mercado da bolsa de valores de São Paulo, a B3. A Dimed quer trocar cada PN por 0,8 ON. Os minoritários com preferenciais querem a proporção de 1 por 1.
Uma assembleia de acionista chegou a ser cancelada ainda em outubro. Fundos de acionistas pediram a interrupção do prazo da assembleia para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o "juiz" que regra e fiscaliza o mercado de capitais. A autarquia aceitou o pedido, considerando que a proposta não era transparente e não estava adequada à lei, devendo, por exemplo, detalhar justificativas e critérios para a conversão. Enquanto isso, a Dimed foi ao nível 2 de governança corporativa da bolsa, um passo atrás do Novo Mercado, e tem assembleia nesta semana para tratar de mudanças no estatuto.
Em julho, a Dimed fez uma oferta de ações para captar recursos no mercado para sua expansão. No maior preço que chegaram no ano por ação (R$ 32,16), o valor de mercado da empresa gaúcha era próximo a R$ 4,9 bilhões. O preço atual é de R$ 21,27, com um valor de mercado próximo a R$ 3,2 bilhões. Ou seja, uma queda de 35%.
As ações ordinárias garantem poder de voto ao acionista nas assembleias, permitindo que participe das principais decisões da empresa e da formação do conselho da companhia. Já ações preferenciais dão preferência ao acionista no momento do pagamento de dividendos, parte do lucro que a empresa divide periodicamente.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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