Quase um terço da população (32%) afirmou que conseguiu guardar mais dinheiro ou gastar menos do que antes da pandemia, conforme pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria. E 59% pretende poupar mais em 2021 do que em 2020. Não necessariamente esse dinheiro será colocado na caderneta de poupança, mas, sem dúvida, ela segue como a aplicação mais popular no Brasil.
Só que a rentabilidade da poupança está baixíssima. Desde 2012, ela está atrelada ao desempenho da taxa de juro Selic, definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Ela foi reduzida ao longo do ano para estimular a economia durante a crise da pandemia e está em 2%. Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a poupança rende 70% dela mais a TR, que está zerada.
Ou seja, o rendimento da poupança está em 1,4% ao ano. A cada R$ 1 mil aplicados, o retorno ao poupador é de R$ 14. Perde para a inflação, que está em 4,23% ao ano. Isso significa que o dinheiro, mesmo guardado na caderneta, perde o poder de compra.
E para 2021? Leitores perguntam se há possibilidade de melhora na poupança. Provavelmente, mas pouca. Pelas previsões do mercado, a Selic deve fechar o ano que vem em 3% ao ano. Com isso, a rentabilizada da poupança sobe, mas para apenas 2,1% ao ano. Ainda perde para a inflação, que está prevista em 3,37%. São projeções e, portanto, muita coisa pode mudar até lá. Ainda assim, são bons termômetros.
De vantagens, a poupança não paga imposto e o dinheiro pode ser sacado a qualquer hora, o que se chama de liquidez. Importante lembrar que, caso opte mesmo pela caderneta, não se deve retirar o dinheiro antes da "data de aniversário", quando é aplicada a correção.
O problema é que a Selic também impacta o rendimento de outros ativos de renda fixa, considerados mais seguros. Ainda assim, o Tesouro Direto ainda traz boas oportunidades, em especial, para o longo prazo. Também é possível encontrar bons CDBs, desde que paguem mais de 100% do CDI. Ou, então, sofistique mais seus investimentos, buscando alguma forma de aplicar em renda variável, talvez. Comece com pequenos passos, aprendendo ao longo do tempo.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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