Com a queda na Selic, a poupança segue perdendo rentabilidade. Na semana passada, o Banco Central reduziu de 6% para 5,5% a taxa de juro que é referência da economia e também para o retorno da caderneta.
O retorno da poupança é de 70% da Selic, mais a TR (Taxa Referencial), que está zerada. Com o último corte, então, a rentabilidade anual da poupança caiu de 4,20% para 3,85%. E deve cair mais, já que a Selic deve continuar sendo reduzida nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). O mercado ainda projeta que fechará 2019 em 5%, mas pode ser menor.
Leitores da coluna Acerto de Contas andam perguntando sobre a poupança "velha", referindo-se ao dinheiro depositado antes de 4 de maio de 2012. Nessa data, o governo federal mudou as regras de remuneração da poupança para a atual rentabilidade quando o juro é baixo, buscando evitar fuga de investidores de aplicações financeiras para a caderneta.
No entanto, o dinheiro que já estava aplicado manteve a rentabilidade. Então, a poupança "velha" paga hoje 0,50% ao mês, ou seja, 6,17% ao ano. É quase o dobro da inflação e um retorno que está ficando cada vez mais difícil de conseguir, ainda mais na renda fixa.
— A poupança "velha" hoje vale ouro. Quem tem dinheiro lá, deixa lá — comentou o consultor financeiro André Massaro em entrevista ao programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha).
No extrato bancário, os saldos das duas poupanças aparecem em separado. Quando é feito saque, o dinheiro sai da caderneta nova, com depósitos feitos após a mudança da regra. Só retira da poupança antiga, quando acaba o saldo da nova e também o da conta corrente, claro.
Apesar de perder a rentabilidade, a poupança ainda tem as vantagens de não pagar Imposto de Renda e nem ter taxa de administração. O saque do dinheiro também pode ser feito a qualquer momento. Segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), a poupança ainda está mais vantajosa do que fundos de investimento com taxa de administração a partir de 1% no curto prazo, para resgates até seis meses que geram imposto maior a pagar.
Segundo a Anefac, as modalidades empatam em desempenho em dois casos: quando a taxa de administração do fundo for de 1% em um prazo de resgate de seis meses a um ano e quando a taxa for de 1,5% e o resgate acontecer entre um e dois anos. Pelas contas da associação, os fundos de investimentos têm um rendimento superior às contas da poupança apenas quando suas taxas de administração são de até 1% para prazos superiores a um ano, ou quando o prazo de resgate é superior a dois anos com uma taxa anual de até 1,5%.
Saiba mais no programa Acerto de Contas. Domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha. Ouça aqui:
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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