Após seis meses de alta, a venda de veículos voltou a cair no Rio Grande do Sul. Em novembro, o recuo foi de 0,79% sobre outubro. É uma queda pequena, mas que interrompe uma sequência de recuperação após o tombo registrado no início da pandemia. 

Foram 15.312 unidades comercializadas. Houve crescimento de 3,68% nas vendas de automóveis de passageiros e, com destaque, alta de 28,52% na comercialização de caminhões, veículo que teve alta demanda e até dificuldade de fornecimento pela indústria.

- O crescimento na venda de caminhões é reflexo da pujança dos setores agrícola e de transportes no Rio Grande do Sul. Sinaliza a forte sinergia entre o mercado de veículos e o desempenho da economia -  comenta Paulo Siqueira, presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS. 

Todos os demais emplacamentos tiveram queda. Até mesmo as motos, que vinham em alta, tiveram recuo de 18,26%. Há fila de espera para comprar, segundo o Sindicato das Concessionárias de Veículos do Rio Grande do Sul (Sincodiv-RS). Queda também na venda de ônibus (-12,50%), implementos rodoviários (-9,17%) e comerciais leves (-1,19%). 

Na comparação com novembro de 2019, a queda nos emplacamentos de veículos é de 5,02%. No acumulado de 2020, a queda ainda é forte, de 24,74%. No ano, foram vendidos 131.859 veículos contra 175.216 do mesmo período de 2019. 

- Como ponto negativo, temos a persistência de lentidão na recuperação de vendas no segmento de ônibus. Os resultados negativos, quando comparados aos nacionais, em parte, refletem as consequências de uma onerosa e anacrônica política fiscal que, por anos, tem condenado o mercado de veículos do Rio Grande do Sul - diz Siqueira.

Preços

A entidade avisa da tendência de aumento de preços, mas afirma que é pontual. Explica que é consequência do desequilíbrio entre a oferta e a demanda de veículos. O consumo apresentou retomada antes de as indústrias conseguirem adequar produção, além de enfrentarem falta de insumos, como diversos outros setores da economia.  

Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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