Apesar de superarem R$ 30 bilhões em aplicações no país, os títulos de capitalização não levam meu dinheiro. A postura da coluna não é nova, mas vale relembrá-la agora porque, sim, muita gente conseguiu economizar na pandemia e tem perguntado onde investir. Alguns tiveram redução de custos, outros trabalham em áreas que tiveram alta nos negócios e outros identificaram que é possível viver com menos.
Mas por que não investir em título de capitalização? Começando pelo fato de que não é um investimento, é quase uma loteria. Em períodos definidos em contrato, o banco de onde você comprou o título retira da sua conta um valor. Durante o prazo de vigência, você concorre a prêmios, que vão de carros a casas e até tratores.
Quando o prazo do título terminar, você retira o dinheiro, o que é a única coisa que diferencia de jogo. Só que a rentabilidade é baixíssima. Afinal, o valor precisa pagar o banco, bancar o sorteio e o que sobra que tem - ou não - alguma capitalização para voltar para você, o dono o dinheiro.
Às vezes, o retorno do título de capitalização perde para a poupança, que, por sua vez, também tem sido corroída pela inflação. Com altas taxas de administração, que também comem fatias da sua aplicação, são os produtos que as instituições financeiras mais oferecem aos clientes. São lucrativos para o banco, não para o investidor. Só que a instituição já está ganhando em outra ponta, quando cobra juro alto de quem toma empréstimos e paga bem menos para quem investe.
Outro ponto negativo é que ele não tem boa liquidez, ou seja, não pode ser sacado a qualquer hora. Costuma haver prazo de carência, regras e até cobranças para resgate antecipado. Apesar de também ser criticada como investimento, a poupança permite a retirada do dinheiro a qualquer tempo. Repare, portanto, que título de capitalização jamais pode ser reserva de emergência.
E, por fim, ele até é regulado por órgãos oficiais de governo. No entanto, ao contrário da poupança e de outros investimentos, não é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Se o banco quebrar, por mais raro que isso seja, você perde o dinheiro.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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