O alerta de que ocorreria vinha sendo dado e agora a inflação patrolou mesmo a sua poupança. Ou seja, a rentabilidade da caderneta está bem menor do que o aumento de preços, fazendo com que seu dinheiro depositado lá perca o poder de compra.
Para ter uma ideia, a poupança registra valorização nominal de 2,67% nos últimos 12 meses fechados em setembro de 2020. Descontando a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (9), a caderneta está perdendo 0,46% no mesmo período. Segundo a consultoria Economática, o prejuízo registrado em setembro de 2020 é o maior desde agosto de 2016, quando a poupança teve rentabilidade negativa de -0,75%, descontado o IPCA.
A rentabilidade da poupança está atrelada à taxa de juro Selic, que é a referência da economia e está no patamar mais baixo da história. Por lei, a caderneta paga ao poupador 70% da Selic, que está em 2%. Ou seja, 1,4%, o que sinaliza que o retorno da poupança vai minguar mais ainda, já que não se trabalha com perspectiva de alta da Selic para breve.
Enquanto isso, preços sobem. Uma inflação acumulada de 12 meses em 3,14%, segundo o IPCA de hoje, é baixa. Mas sabemos que é uma média. Como alimentos estão puxando essa alta, as famílias de baixa renda sofrem mais e são elas que mais usam a poupança para guardar dinheiro quando conseguem. Indicadores de inflação que monitoram mais os preços no atacado estão muito superiores, como o IGP-M, usado para reajuste de aluguéis e que belisca os 20%.
E agora? Cada vez mais, a poupança deve ser usada para um dinheiro que terá uso imediato. Jamais para um investimento de longo prazo. Há opções tão ou mais seguras e com rentabilidade muito melhor. Uma delas foi citada aqui pela coluna recentemente, que é o Tesouro IPCA+. É um título público que, ao ser comprado, é como o investidor emprestar dinheiro ao governo. Há papéis que estão pagando a correção pela inflação anual e mais um juro superior a 4% ao ano, o que é bem generoso neste cenário.
No mercado, existem ainda CDBs com prazos maiores de saque com rentabilidades melhores e, para quem está disposto a ser um pouco mais arrojado a partir de agora, tem fundos imobiliários, multimercados, ações de empresas que estão driblando bem a crise, um bom fundo de previdência, entre outros.
A poupança também foi pauta deste episódio do Seu Dinheiro Vale Mais, em GZH:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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