Para juntar produtos de diferentes empreendedores gaúchos em uma única loja, a empresária Thais Fontoura lançou, em fevereiro, um armazém na Padre Chagas, em Porto Alegre. São 50 marcas de brinquedos a artesanatos e vestuário, e todas tomam juntas as decisões do negócio. Por isso, o uso do termo colaborativo ao descrever o empreendimento. Um mês após a abertura, chegou a pandemia. Então, o Armazèm Colab criou uma loja online e, agora, abriu uma nova unidade, que fica no Litoral Norte.
- Percebemos que as pessoas estavam se mudando para a praia na pandemia. Então, uma das meninas que têm produto na loja falou "vamos abrir uma em Capão da Canoa". Em quatro dias, fechamos com os proprietários da loja e começamos a montar a estrutura - conta Thais, em entrevista para o programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha).
Além da tomada de decisão, a prática do empreendedorismo colaborativo ajuda em outras questões práticas. Thais cita como exemplo o próprio pagamento do aluguel:
- A loja fica em um ponto comercial bem visado em Porto Alegre. Fica inviável para apenas uma marca porque somos pequenos empreendedores. Cada um tem sua parcela de contribuição, dependendo de onde está situado dentro da loja e do tamanho seu nicho - conta.
Thais, além de administrar as lojas, também é dona de uma marca exposta no Armazèm. É a "Divino Pano", que customiza panos de pratos com frases motivacionais e engraçadas, como a expressão "Me caiu os butiá do bolso" ou "Enquanto houver vida, haverá louça na pia".
- Trabalhamos com marcas autoriais, quando a pessoa tem a ideia de fazer um produto diferenciado, que fuja do que encontramos em produção de grande escala. Então, todos os produtos são feitos em pequena escala e a mão - comenta Thais.
Loja online
Thais vê como positivo ter aberto a loja pouco antes da pandemia e das medidas restritivas. Segundo ela, a maioria das marcas que estão no armazém colaborativo dependia de feiras para vender.
- Com as feiras suspensas, se aquelas 50 marcas não estivessem ali pensando junto em uma solução, como venderiam? Uma marca pequena não consegue colocar loja online. Unimos forças para não deixar o negócio parado - explica.
No último mês, o site, que contém a vitrine das marcas, contabilizou seis mil acessos. É possível visitar a página clicando aqui.
Escute a entrevista também em áudio:
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Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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