Criado para amenizar o impacto da pandemia na renda das famílias e também manter o movimento gerado pelo consumo na economia, o auxílio emergencial foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro logo na abertura do seu discurso na 75ª edição da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). Enquanto mencionava as estratégias do governo para combater a crise, disse que cada um dos beneficiários do programa recebeu, aproximadamente, US$ 1 mil.
- Nosso governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior. Concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente US$ 1 mil para 65 milhões de pessoas, o maior programa de assistência aos mais pobres no Brasil e talvez um dos maiores do mundo - disse o presidente no discurso.
A afirmação do presidente gerou polêmica nas redes sociais. Muitos entenderam que Bolsonaro se referia ao pagamento mensal, que, claro, fica bem longe de US$ 1 mil. Como dito no discurso, ele mencionou a soma dos pagamento. Ainda assim, com o câmbio nas alturas, a fala gera divergência e a coluna foi conferir a conta com a ajuda do economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank.
Considerando quem recebeu R$ 600 de abril a agosto, a soma foi de R$ 3 mil. Mais as quatro parcelas de R$ 300 da última prorrogação, o total dos benefícios sobe para R$ 4,2 mil. Então, usando o câmbio médio em agosto - que é bem parecido com o de hoje, cada brasileiro que receber o auxílio emergencial por todo o período até dezembro terá ganho US$ 769. Caso se encaixe como mãe chefe de família, os valores dobram, claro. Em reais e em dólares.
Para fechar com os US$ 1 mil citados pelo presidente Jair Bolsonaro, teria que se usar a cotação do dólar em janeiro, antes de o coronavírus praticamente virar o mundo do avesso. A moeda estava a R$ 4,14 no início do ano. Agora, é vendida a R$ 5,46. Crise econômica gera aversão ao risco, fuga do investidor para o dólar e desvalorização das moedas emergentes, como o Real.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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