Com a queda de 9,7% do PIB divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (1º), o Brasil entrou em recessão técnica. Ela ocorre quando temos dois trimestres consecutivos de recuo da economia. Mas, ao menos desta vez, ela será curta. A recessão mais longa que tivemos foi na crise de 2015, ou seja, está na nossa memória recente e ainda estava com seus reflexos na economia, que teve a expectativa de retomada em 2020 atropelada pela pandemia.
Os indicadores setoriais já mostram retomadas, mesmo que os crescimentos sejam sobre bases baixas. O segundo trimestre concentrou os impactos do coronavírus, que provocou quedas recordes, incluindo do próprio PIB. A pandemia veio de surpresa e tombo econômico foi intenso, o que torna essa recessão atípica.
Mas saber que romperemos a recessão já neste terceiro trimestre não chega a ser um alívio. Será um crescimento em cima de uma economia bastante deprimida. E a grande expectativa é para como será essa retomada. Mas especificamente, qual a letra do alfabeto melhor mostrará a recuperação. Um "V", com retomada forte e no curto prazo após a queda? Um "L", com estagnação econômica após o tomo? Um "U", com uma retomada um pouco mais demorada, mas forte? Ou ainda um "W", com recuperação, seguida de nova queda antes de nova retomada.
Enquanto isso, as projeções do governo federal e do mercado ainda são de que teremos, em 2020, a pior queda da história da economia. A retração do PIB deve girar em torno de 5%. Para "apagar" o ano da pandemia, somente em 2022, preveem os mais otimistas. Ou em 2024, projetam outros.
É preciso impedir também que, após um suspiro no terceiro trimestre, tenha-se nova recessão. Uma boa medida para sustentar a volta é fazer com que as empresas abram empregos simultaneamente à volta de milhões de brasileiros à força de trabalho. Essas pessoas que suspenderam a busca de trabalho permitem que a taxa de desemprego não tenha disparado. Mas em algum momento, elas voltarão ao mercado de trabalho e é preciso ter onde recolocá-las.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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