Das 2,3 mil escolas privadas de Educação Infantil no Rio Grande do Sul, 690 já não abrirão as portas em um primeiro momento quando o funcionamento for autorizado pelo governo estadual e pelas prefeituras. A estimativa é do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS). Em muitos casos, será uma decisão definitiva devido ao cancelamento de matrículas, acredita Bruno Eizerik, presidente da entidade.
As aulas presenciais estão suspensas desde março devido à pandemia do coronavírus. É aguardado um calendário estadual de retomada, enquanto seguem as negociações com as prefeituras. A coluna, inclusive, assistiu parte da reunião da semana passada com o prefeito Nelson Marchezan Junior. Quando se fala em Ensino Fundamento e Médio, as escolas se mostraram divididas sobre um retorno. No entanto, a Educação Infantil vive uma situação diferente, já que as aulas retomas são mais difíceis e, na maioria dos casos, não há obrigatoriedade para os pais manterem os filhos na escola.
- Em 270 mil famílias do Rio Grande do Sul, pelo menos um dos responsáveis não tem como trabalhar se os seus filhos estiverem em casa. Na rede privada, são 90 mil famílias nessa situação. Quando pai ou mãe abrem mão do trabalho, a renda da família diminui. E as mulheres, estatisticamente com menor renda, são as mais propensas a desistir de seus empregos - comenta Eizerik.
A grande maioria dos professores, 97%, é formada por mulheres, estimou o Sinepe/RS nos dados enviados à coluna. Eizerik projeta a demissão de 6,5 mil professores, deixando de injetar R$ 13 milhões na economia.
São diversos dados do impacto econômico e financeiro da suspensão das aulas presenciais. A coluna ponderou com o presidente do Sinepe/RS que a educação tem um olhar diferenciado do que outros setores da economia, como varejo, indústria e construção civil. Um dos motivos é a dificuldade de conduzir protocolos de prevenção com crianças. Considerando isso, ele reforça o que tem proposto de que a retomada seja por etapas, defendendo que comece pela Educação Infantil.
- Pela necessidade das famílias de deixarem as crianças para poderem trabalhar e pelo risco financeiro para as escolinhas de Educação Infantil, as mais sensíveis a essa crise.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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