Entidades empresariais se reúnem neste sábado (18) para discutir a situação de Porto Alegre agora na pandemia. A informação é do presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA). Paulo Roberto Kruse contou para a coluna que a ideia é sair do encontro com uma posição unificada do setor empresarial e decidir que postura tomar diante das restrições, que não têm sinal de flexibilização. Bem ao contrário, inclusive, com a apresentação dos indicadores de avanço do coronavírus na cidade.
O encontro também servirá para repassar a posição do prefeito da Capital para as entidades que não participaram da reunião na tarde dessa sexta-feira (17), pouco antes da transmissão de Nelson Marchezan Junior na qual sinalizou para adoção de lockdown na semana que vem. Segundo Kruse, haverá representantes de lojistas, shoppings, restaurantes, transportadores, setor de serviços, construção civil, supermercados, concessionárias de veículos. São mais de 10 instituições convidadas para o debate.
Mais uma vez, o presidente do Sindilojas manifesta preocupação forte com os negócios. Em especial, com os pequenos. Kruse teme por tempos bem mais difíceis pela frente. Outra fonte da coluna que participou da reunião à tarde passada também demonstrou receio sobre o rumo da atividade econômica da Capital.
Há empresários que apoiam um lockdown, mas querem garantia de que será efetivo e para depois engatar uma reabertura, sem novo fechamento. O abre e fecha tem desgastado bastante o setor empresarial. Mas não há como garantir a eficiência e nem que temos maturidade da sociedade, sofisticação estratégica e capacidade de fiscalização por parte dos governos para isso.
Em levantamento recente feito pelo Núcleo de Pesquisas da entidade e noticiado pela coluna, a maior parte dos lojistas da Capital informou que teria capital de giro para manter o negócio por um mês apenas. Relembre: Por quanto tempo você ainda terá capital de giro para manter a loja?
1 mês 67,9%
2 meses 13,9%
3 meses 8,3%
Mais de 4 meses 10%
Acordo no varejo
Além disso, na última semana, um novo acordo foi fechado entre lojistas e comerciários de Porto Alegre para enfrentar a crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus. O destaque é que empresas que já tinham acordos coletivos ou que venham a negociá-los poderão adotar até o final do ano a redução de jornada e salário em 25%, 50% e 70% ou a suspensão de contrato para todos os empregados. O decreto publicado pelo governo federal na terça-feira (14) prorrogou para até 120 dias apenas quando é feito acordo individual entre empregador e funcionário.
O acordo foi fechado entre o Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA) e o Sindicato dos Empregados do Comércio (Sindec). A outra novidade é a possibilidade de pagar apenas 70% do salário nos meses do segundo semestre se a região metropolitana de Porto Alegre estiver com bandeira vermelha ou preta. Vale para os trabalhadores que não estejam já com redução de jornada. Os 30% restantes serão pagos a partir de janeiro de 2021. Ou seja, é um adiamento.
- Por exemplo, se pagar apenas 70% dos salários de julho, agosto e setembro, estas diferenças serão quitadas com o trabalhador em janeiro, fevereiro e março - explica o advogado Flávio Obino Filho, que participou da negociação do acordo.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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