Assim como em março, abril e maio, a região metropolitana de Porto Alegre voltou a ter deflação em junho. No entanto, perdeu a intensidade. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em -0,01%. São os quatro meses de impacto forte da pandemia no Brasil, reduzindo consumo e pressionando preços para baixo. O índice é calculado pelo IBGE e é considerado a inflação oficial do país.
Mas cabe um alerta. Na média nacional, o país voltou a inflação. Após dois meses de deflação, o IPCA passou para 0,26%. A pressão veio da alta nos preços da gasolina e de alimentos, como carne e leite. São itens que pesam mais no orçamento das famílias de baixa renda, o que faz a pandemia aumentar ainda mais o abismo social.
Tanto que o IBGE também calcula o INPC, outro indicador e que considera as famílias de menor renda. Ele vem apresentando uma inflação mais intensa, o que sinaliza que o impacto maior dos preços acontece para as famílias mais vulneráveis. Até mesmo aqui na Região Metropolitana, o INPC voltou a apresentar inflação, mesmo com a deflação do IPCA.
No acumulado de 12 meses, que é a inflação de longo prazo, os índices gira em torno de 2%. Isso ainda é um indicador baixo, mantendo aberto o espaço para uma nova redução da taxa de juro Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) tem reunião em agosto e a expectativa é de que o Banco Central corte ela de 2,25% para 2%.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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