O crédito com juro reduzido para micro e pequenos empresários foi esperado por meses, até que o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (PRONAMPE) foi aprovado e passou a ser executado. Só que o dinheiro é liberado pelo banco e evapora. A procura por empréstimos é tão grande que ele se esgota em horas ou até menos do que isso. Os R$ 15,9 bilhões do programa já estão acabando.
A Caixa Econômica Federal (CEF), que já tinha ampliado o valor oferecido, informou nessa terça (14) que atingiu o limite de R$ 5,9 bilhões. Passou a sugerir então que os empresários busquem outras linhas de crédito. Mas elas não são tão vantajosas. O Banco do Brasil e o Itaú já informaram também que atingiram o teto. No caso do Itaú, o segundo aporte liberado acabou em 30 minutos. Ainda há recursos no Banrisul, conforme apurou a coluna. Na semana que vem, também deve ser disponibilizado um valor no Sicredi.
Enquanto isso, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio Grande do Sul, Rodrigo Lorenzoni, informou à coluna que o Badesul se credenciou e começa a operar com a linha de financiamento do Pronampe também. O financiamento mínimo através do programa é de R$ 20 mil. Interessados podem se cadastrar no formulário Pronampe no site do Badesul.
Mas atenção que o dinheiro deve escoar rapidamente também, alerta o superintendente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA), Alexandre Peixoto. Fora desses valores residuais, o governo federal estuda ampliar em R$ 6 bilhões o montante destinado ao Pronampe pelo Tesouro e mais R$ 10 bilhões seriam remanejados de outra linha de crédito. No Senado, há em paralelo uma proposta que ampliaria em mais R$ 20 bilhões o valor.
Certamente, não é só do cofre do banco que o dinheiro evapora. Quando cai na conta da pequena empresa que já enfrenta a crise do coronavírus desde março, também não dura muito. O empréstimo pode ser retirado por micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões e o pagamento é parcelado em até 36 meses. O dinheiro pode ser usado tanto para capital de giro quanto para investimento.
O programa foi criado para levar crédito com juro reduzido aos empreendedores em crise. O presidente do Sindilojas POA, Paulo Roberto Kruse, tem alertado para altas taxas de abertura de crédito (TAC) e seguros que algumas agências bancárias estão cobrando. A entidade disponibilizou um canal para contato e relato das situações, que pode ser feito pelo e-mail lauro.simao@sindilojaspoa.com.br ou pelo telefone (51) 99111.1745.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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