O Tribunal Regional Federal da 4a Região iniciará na próxima terça-feira (14) o julgamento de uma série de ações que questionam a atuação da Buser no Rio Grande do Sul. A empresa é conhecida como "Uber dos ônibus" e tem toda a sua operação no Estado contestada por empresas de ônibus intermunicipais e interestaduais.
Uma decisão contra a startup no Rio Grande do Sul pode afetar também outros Estados já que proibiria as viagens entre as cidades. Como argumento, a Buser alega que o modelo de atuação já é reconhecido por decisões da Justiça Federal em todo país. A empresa começou a atuar em 2017 e informa atender 2 milhões de usuários no Brasil. O atrativo é o preço mais baixo, que argumenta ser 60% inferior à média do mercado de fretamento.
- Isso se deve ao rateio realizado pelos usuários, que contratam as empresas de frete de ônibus, ao invés de comprar passagens em rodoviárias - diz o presidente da Buser, Marcelo Abritta.
Há outros concorrentes da Buser que também seriam afetados. Entre eles, estão 4Bus, ÁguiaFlex e WeMobi. Um aplicativo de caronas chamado BlaBlaCar também quer entrar no setor de ônibus. Em uma ação que chegou até o Supremo Tribunal Federal (STF), após ter sido impetrada pela Associação Brasileiras das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), o processo foi extinto.
Atualização: Após a publicação da coluna, a BlaBlaCar solicitou o acréscimo do seguinte posicionamento:
"A BlaBlaCar esclarece que atua desde fevereiro de 2020 no mercado de ônibus brasileiro. A empresa informa ainda que atua por meio de modelo de negócio completamente diferente do da Buser, e ressalta que vende, por meio de um marketplace, passagens de ônibus de empresas do mercado regular de transporte intermunicipal e interestadual."
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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