Em plena pandemia do coronavírus, os financiamentos imobiliários cresceram 19,4% no primeiro semestre no Rio Grande do Sul. Com isso, somaram R$ 2,56 bilhões em empréstimos para compra a construção de imóveis com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O levantamento foi enviado para a coluna pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-RS) e foi realizado com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Na primeira metade de 2020, foram financiadas 11 mil unidades, 18,63% superior ao de igual período de 2019.
Segundo o coordenador da Comissão da Indústria Imobiliária do Sinduscon-RS, Gustavo Kosnitzer, o volume financiado em junho indicou o melhor resultado dos últimos três anos. Foram R$ 538,52 milhões, um crescimento de 38% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram financiados no mês passado 2,2 mil imóveis, um número de unidades 61,35% maior do que em junho de 2019.
Presidente do Sinduscon-RS, Aquiles Dal Molin Junior aponta a busca por imóvel como um investimento seguro para um momento de crise econômica. O empresário também alerta para a redução dos estoques das construtoras, considerando que a atividade econômica está com restrições durante a pandemia.
Há ainda um forte estímulo ao crédito imobiliário, que tem sido uma das linhas de frente do governo federal para minimizar o impacto econômico da pandemia. A Caixa Econômica Federal tem feito anúncios frequentes, que vão da pausa do financiamento até carência para pagamento. Nessa quinta-feira (30), anunciou a retomada de linha de crédito e redução de taxas para compra de terreno e construção de "casa com quintal", tipo de imóvel que tem sido mais procurado durante o isolamento.
- A grande alavanca do resultado é a Caixa Federal. Além disso, as pessoas estão mais em casa, valorizando a moradia e buscando lugares com mais opções de lazer e áreas abertas. O mercado imobiliário do Litoral está bastante aquecido - complementa o coordenador da Comissão da Indústria Imobiliária do Sinduscon-RS, Gustavo Kosnitzer.
E, para fechar, registre-se o cenário de juro reduzido no país. O Banco Central vem reduzindo a taxa de juro Selic e deve fazer novo corte. Isso pressiona as taxas de empréstimos, mesmo que mais devagar. A Caixa também reduziu taxas, o que provocou uma onda de cortes por outros bancos. A coluna tem ouvido que as taxas mais agressivas para quem não consegue se encaixar no Minha Casa Minha Vida têm sido praticadas pelo Santander.
- A perspectiva macro de médio com juro baixo para o mercado imobiliário é excelente. Brinco que um dos nossos principais insumos, além de aço e concreto, é dinheiro, porque o setor é extremamente dependente de capital. E temos uma perspectiva de juro historicamente baixo - finaliza Gustavo Kosnitzer.
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Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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