Está prevista para agosto a oferta de ações da Dimed, empresa gaúcha de capital aberto e dona da Panvel. Conforme fontes da coluna, a companhia já está apresentando a ideia para investidores brasileiros e, depois, irá para os estrangeiros. O montante deve girar mesmo pelos R$ 800 milhões, sendo metade de secundárias, vendidas por outros acionistas, e metade de primárias, emitidas pela empresa pela primeira vez.
Após o mercado abordar o assunto nas últimas semanas e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedir esclarecimentos, a Dimed confirmou que estudava a captação de recursos por oferta pública de distribuição de ações. A empresa tem o suporte dos bancos Bradesco, BTG Pactual e Itaú. O dinheiro será usado para abertura de lojas. A ideia é ter 375 novas operações até 2025.
Ainda no fato relevante enviado aos acionistas, a companhia disse que não definiu ainda a realização ou os termos da captação. Ela dependerá das condições do mercado de capitais e ainda de aprovações societárias para a operação. Logo quando começaram as especulações sobre a operação, o preço das ações da Dimed subiu na bolsa de valores de São Paulo, a B3, o que também baseou o pedido de esclarecimentos da CVM, que fiscaliza o mercado de capitais, levando à divulgação do comunicado aos acionistas.
Ainda em março, a Dimed enviou ao mercado um comunicado avisando do desdobramento das ações ordinárias e preferenciais na proporção de 30 novas para cada uma que já existe. No mercado financeiro, a medida busca dar mais liquidez às ações de uma empresa de capital aberto. Ou seja, estimular que os papéis sejam mais negociados. No próprio fato relevante, a Dimed citava que a medida visa facilitar o acesso a investidores menores e melhorar os preços das ações. Lembrando que a sede da companhia fica em Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre.
Em setembro de 2019, a Panvel informou a compra de participação na empresa por parte da Kinea, um fundo de investimentos do Itaú Unibanco. Ele adquiriu 90% da posição que era do IP Capital Partners, outro investidor da distribuidora e varejista de medicamentos. Com isso, o fundo passou a ter 10,56% do capital social da companhia. O aporte financeiro na negociação não foi divulgado, mas considerando valor de mercado das ações na ocasião, pode ter chegado a R$ 200 milhões.
A medida já tinha gerado expectativas interessantes no mercado financeiro. O fundo Kinea é conhecido pela experiência de atuação com empresas de capital aberto, ou seja, com ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo (B3). Esperava-se um avanço na governança da empresa, além da maior comunicação com investidores.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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