Os shoppings - e seus lojistas, claro - aguardam com ansiedade o decreto de Porto Alegre que promete trazer flexibilização de abertura para as operações que estão fechadas há dois meses. Com a pandemia, os centros de compras estão abertos apenas para acesso a serviços considerados essenciais, como supermercados, farmácias e clínicas de saúde.
Para o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humai, qualquer avanço é importante, mesmo que a autorização para apenas operar delivery ou drive thru no centro de compras. Isso seria facultativo ao lojista, com eventual negociação de despesas.
Um protocolo criado pelo próprio setor foi enviado para a prefeitura há algumas semanas, que inclui desde a não realização de eventos até o controle de acesso aos banheiros para evitar aglomerações. Em entrevista ao programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha), Humai disse que a entidade buscou informações na reabertura feita na China e na Alemanha. No final de semana, o Shopping Total publicou nas redes sociais vídeos mostrando profissionais fazendo a sanitização dos espaços do empreendimento, no caso de a abertura ser autorizada ainda nesta semana. Outros empreendimentos também já iniciaram a preparação, com treinamento de equipe e compra de equipamentos.
Levantamento da entidade aponta que 88 shoppings já foram reabertos no país, mas o prejuízo acumulado na pandemia já passa dos R$ 27 bilhões. A Abrasce estima que os shoppings de Porto Alegre gerem 80 mil empregos diretos e indiretos na cadeia econômica gaúcha. Para a entidade, a taxa de vacância deve triplicar com a crise e ela indica a desocupação das lojas.
As recomendações da associação, claro, precisam ser adaptadas às determinações dos decretos de governos. Abaixo, no entanto, seguem abaixo os 15 pontos sugeridos para a fase inicial de reabertura de shoppings, aos quais a coluna teve acesso:
1. Shopping funciona em horário reduzido de 2 a 4 semanas: das 12h às 20h.
2. Lojas funcionam, com exceção dos cinemas, entretenimento e atividades para crianças.
3. Restaurantes e praça de alimentação funcionam como delivery e takeout nas primeiras 2 semanas.
4. Recomende, estimule e propague a importância da utilização de máscaras e da desinfecção das mãos por álcool gel e a lavagem com água e sabão.
5. Onde for possível, isolar áreas do shopping para facilitar o controle da operação, sem impactar a segurança do empreendimento.
6. Reveja a escala de funcionários, sem que a segurança e produtividade sejam comprometidas. É possível, que, nesta fase, existam funcionários que estejam se recuperando da doença. Se for o caso, mantenha os em grupos de risco, em home office.
7. Utilize os canais online do shopping para continuar atendendo clientes, que ainda possam ter movimentos restringidos.
8. Não promova atividades promocionais que possam causar aglomerações e mantenha suspensos os eventos.
9. Mantenha uma comunicação clara e eficiente com seus funcionários, lojistas e clientes. Promova campanhas de orientações de saúde e bem-estar e envolva todos os lojistas nestas comunicações.
10. Restrinja, no que for possível, serviços e acessos de fornecedores de demandas não-essenciais nessa fase.
11. Prime na continuidade de contratos com pequenos e médios fornecedores, visando apoiá-los na manutenção de seus negócios.
12. Atenção especial para restaurantes e praças de alimentação: a partir da terceira semana, monitore a abertura e o funcionamento de restaurantes, a fim de observar a separação e distanciamento das mesas, tanto das praças de alimentação, quanto dentro dos próprios restaurantes que também devem disponibilizar álcool gel para uso dos clientes.
13. Evite a operação de valet nessa fase.
14. Controle o fluxo de acesso aos sanitários.
15. Manter a renovação de ar exigida pela legislação e faça a troca dos filtros de ar, no mínimo, 1 vez por mês, usando pastilhas bactericidas nas bandejas.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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