Em tempos de pandemia, diversas iniciativas têm surgido para ajudar na sobrevivência dos negócios. Algumas delas têm sido publicas aqui na coluna, como esse projeto em que executivos oferecem mentoria voluntária gratuita para pequenos empreendedores. Ele é organizado por uma empresa chamada Chiefs.Group.
Para não ser só o registro e também trazer conteúdo, a coluna provocou Cristiane Ribeiro Mendes, CEO da startup Chiefs.Group, para elencar cinco orientações práticas aos leitores e ainda com bons exemplos:
1) PIVOTE, SE NECESSÁRIO
Significa dar uma guinada no rumo de um negócio que enfrenta problemas. Exemplo: uma empresária que possui um espaço focado na locação no formato de lojas temporárias percebeu que, em tempos de crise, eventos são mais raros, tornando a locação mais onerosa. Em uma das mentorias, foi sugerida a mudança do negócio para um marketplace virtual para várias lojas venderem seus produtos, acompanhado de um showroom que permita o contato entre cliente e produto. De locatária, ela passa a integrar marcas locais.
2) ASSOCIE-SE
Em vez de continuar sozinho, talvez deva unir forçar com antigos concorrentes, fornecedores ou investidores. Exemplo: um varejista avalia unificar sua operação com o seu lojista vizinho. Até agora, um vendia calçados e outro, moda íntima. Juntos, pretendem vender as duas coisas. O valor gerado pela negociação, chamado de valuation, será proporcional ao volume de venda de cada um, e será reavaliado em 12 meses para ajustes na fórmula em um novo cenário da economia.
3) SEJA LEVE
Fazer o máximo com estrutura mínima. É comum para startups, mas pode inspirar outros negócios. Precisa de toda a estrutura que tem hoje ou é possível compartilhar recursos: Exemplo: empresa de eventos optou por se desfazer de seu escritório e trabalhar no regime de teletrabalho (home office), fazendo reuniões em espaço de coworking, locais onde mais pessoas trabalham. Além disso, optou por contratar terceiros quando houver eventos, sem ter uma equipe fixa.
4) CRIE NOVOS CAMINHOS
Adote a prática, também comum entre startups, de, ao se ter uma ideia, criar uma versão simplificada dele. Serve para testar o projeto na menor escala possível, analisando a capacidade de gerar renda e só depois ampliar para uma produção em escala. Exemplo: duas empresas de serviços técnicos residenciais de Canoas decidiram compartilhar a área de suporte e atendimento. Apesar de produtos diferentes, perceberam que o tipo de cliente era semelhante, coincidindo o perfil de atendimento. O projeto iniciou com o que se chama de Mínimo Produto Viável (MVP), que que visa compartilhar um único recurso e, se funcionar por 30 dias, ser ampliado.
5) ANALISE O TAMANHO DO MERCADO
Mesmo acostumado a conhecer a clientela, repense o alcance do negócio. Considere três cenários: o tamanho do mercado global em que está inserido, o mercado potencial e o mercado em que, de forma realista, deseja atuar no momento. Exemplo: escritório de advocacia da Serra especializado em direito societário, como muitos, turbinou a presença no online. Com isso, recebeu sondagens de outros Estados e entendeu que o corte geográfico na clientela já não fazia mais sentido.
As primeiras empresas da mentoria estão sendo selecionadas em grupos de discussão e a proposta é ampliar a rede. O cadastro pode ser feito pelo site www.chiefs.group. O projeto tem parceria do Sebrae RS e da Wow Aceleradora de Satartups
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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