Proprietário do grupo dono das Lojas Becker, Eleonor Becker é um dos empresários que não concordam com o fechamento de atividades econômicas que foi determinado pelo governo do Rio Grande do Sul. Ele ganhou evidência após ter circulado um áudio que enviou ao presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, criticando com força a decisão, dizendo que entregaria a chave da empresa para o governador e aceitaria o negócio de volta em cinco anos "sem cobrar aluguel".
Em conversa com a coluna, Becker disse que estava realmente bem nervoso quando gravou o áudio. Citou a preocupação com a suspensão de grande parte das atividades do grupo, que tem oito empresas e 4,8 mil funcionários. Na ocasião, ainda estava indefinida a possibilidade de vender materiais de construção nas lojas, o que agora foi permitido por ser considerado produto essencial. Outros itens, no entanto, não podem ser comercializados na unidade, mesmo que esteja aberta.
- Um comunicado foi, inclusive, enviado aos funcionários da rede dizendo que o descumprimento poderia levar à demissão - diz Becker.
O empresário se mostra bastante insatisfeito com o fechamento de alguns segmentos do varejo, alegando que outras operações que podem funcionar estão oferecendo também risco à saúde.
- Vi hoje oito idosos aglomerados em um caixa eletrônico. Os supermercados podem funcionar, mas vejo lojas cheias de gente. As pessoas passam o vírus assim. Por que eu não posso abrir as minhas lojas, se eu tomo os cuidados? Então, eu tinha que poder parar de pagar as minhas contas! São milhões em tributos. Se eu não pagar, tenho 20% de multa. Tem gente que não está pagando, mas eu estou.
A coluna perguntou o que Eleonor Becker acha que deveria ser feito para combater a pandemia. O dono da Lojas Becker acha que as autoridades deveriam manter o funcionamento do comércio e da indústria, exigindo medidas de cuidado sanitário.
- Tinham que deixar abrir, mas com restrição. Deixar menos gente entrar na loja, mandar que os funcionários fiquem quatro ou cinco metros longe um do outro. Assim, a gente conseguia manter o negócio.
Além do varejo, o grupo tem atuação em várias atividades econômicas. Entre elas, o transporte de cargas e indústria agrícola, além de estar preparando o lançamento de um cartão, entrando no segmento financeiro. Atualmente, 3 mil funcionários foram colocados em férias e uma boa parte dos restantes está em home office.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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