Empresa gaúcha dona das marcas Panvel e Lifar, a Dimed enviou ao mercado um comunicado avisando que o conselho de administração aprovou o desdobramento das ações ordinárias e preferenciais na proporção de 30 novas para cada uma que já existe. A medida ainda precisa ser aprovada em assembleia geral extraordinária de acionistas, que foi marcada para 20 de março. Lembrando que a sede da companhia fica em Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre.
No mercado financeiro, a medida busca dar mais liquidez às ações de uma empresa de capital aberto. Ou seja, estimular que os papéis sejam mais negociados. No próprio fato relevante, a Dimed cita que a medida visa facilitar o acesso a investidores menores e melhorar os preços das ações.
"Visando a permitir uma melhor precificação do valor da Companhia pelo mercado, o desdobramento teria por finalidade aumentar a liquidez das ações da Companhia, bem como facilitar o acesso, por investidores de menor potencial e/ou investidores não profissionais, nas negociações envolvendo ações de emissão da Companhia em circulação.", diz o trecho final do comunicado.
Aliás, fontes da coluna afirmam que a empresa tem começado a melhorar o relacionamento com o mercado. Recentemente, contratou um executivo chamado Rodrigo Krause para responder pela relação com investidores, sendo um profissional que já atuou na Gerdau e na Multiplan.
— Antes desse desdobramento de ações, é preciso R$ 80 mil para comprar lote padrão de ações da Dimed. Após, será necessário um valor 30 vezes menor, o que facilitará aumento de liquidez — explica o analista de mercado Wagner Salaverry, sócio da gestora de fundos Quantitas.
Lembrando que, em setembro de 2019, a Panvel informou a compra de participação na empresa por parte da Kinea, um fundo de investimentos do Itaú Unibanco. Ele adquiriu 90% da posição que era do IP Capital Partners, outro investidor da distribuidora e varejista de medicamentos. Com isso, o fundo passou a ter 10,56% do capital social da companhia. O aporte financeiro na negociação não foi divulgado, mas considerando valor de mercado das ações na ocasião, pode ter chegado a R$ 200 milhões.
A medida já tinha gerado expectativas interessantes no mercado financeiro. O fundo Kinea é conhecido pela experiência de atuação com empresas de capital aberto, ou seja, com ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo (B3). Esperava-se um avanço na governança da empresa, além da maior comunicação com investidores.
Além da Dimed, a outra farmacêutica na bolsa de valores de São Paulo, B3, é a RaiaDrogasil. Considerando valores dessa quarta (4):
RaiaDrogasil:
Valor de mercado (preço vezes o número de ações): R$ 41,261 bilhões
Número de lojas: 1.995
Dimed:
Valor de mercado: R$ 3,608 bilhões
Número de lojas: 434
A RaiaDrogasil anunciou recentemente sua intenção de avançar na região Sul. Maior rede de farmácias do país, a Droga Raia pretende abrir 16 novas unidades em Porto Alegre. E são planos para o curto prazo, já que a empresa fará as inaugurações até o final de 2020. O investimento será de R$ 40 milhões na capital gaúcha, garante a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE). Em todos o Rio Grande do Sul, o plano é inaugrar 50 farmácias em 2020.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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