No relatório trimestral onde avalia economias regionais, o Banco Central alertou para a desaceleração da atividade no Rio Grande do Sul. E isso que a autoridade monetária usa dados acumulados até novembro, sendo que a queda no ritmo se acentuou em dezembro. No acumulado de 2019, como a coluna já noticiou, o Índice de Ativiade Econômica Regional (IBCR-RS) teve avanço de 1,7%, ainda positivo e acima da média nacional, mas bem menos intenso do que sinaliza ficar no primeiro semestre do ano passado.
"Dados mais recentes para o IBCR-RS, no entanto, sugerem desaceleração no ritmo de expansão da atividade econômica", começa a análise do Banco Central sobre o Rio Grande do Sul.
O resultado do ano aqui no Estado foi sustentado pelo varejo e pelo primeiro semestre da indústria. As vendas dos lojistas foram muito bem, atingindo em dezembro o maior patamar desde 2000. A indústria teve um início de ano de recuperação forte, mas foi perdendo fôlego e recuou em cinco dos seis meses do segundo semestre. Aí, está um alerta para projetar 2020.
O relatório do Banco Central sempre traz dados interessantes do mercado de crédito. Os indicadores mantiveram o dinamismo ao longo de 2019, assinalando, em novembro, acréscimo de 8,6% em relação ao mesmo mês de 2018. O aumento de 6,1% no saldo das operações com pessoa jurídica foi impulsionado pelo crédito para capital de giro para empresas comerciais e de serviços de transporte. No segmento de pessoa física, todas as modalidades avançaram, com destaque para financiamento de veículos.
A balança comercial também recebeu destaque. Como a coluna noticiou, as exportações gaúchas caíram 12,5% em 2019. Os embarques de produtos básicos foram negativamente impactados pelos embarques de soja e resíduos da extração de óleo de soja, muito destinados à China.
"Maiores embarques de carnes, fumo, milho e trigo contribuíram para mitigar a queda das exportações de básicos.", pondera o Banco Central.
Considerando os produtos manufaturados, destaque negativo para o recuo nas vendas de veículos para a Argentina. As importações também caíram em 2019, com exceção do segmento de bens de capital puxado pela compra de equipamentos de transporte. A retração mais intensa em bens de consumo repercutiu, em especial, a menor importação de automóveis para passageiros que são comprados da Argentina.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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