Apesar da queda na média nacional, as exportações de calçados cresceram no Rio Grande do Sul em 2019. Na comparação com 2018, o aumento foi de 3,8% em faturamento em dólar, que é ainda maior em reais, e de 12,7% em volume. O levantamento regional acabou de ser finalizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e enviado com excluvidade para a coluna.
As fábricas gaúchas de calçados embarcaram 30,6 milhões de pares para o exterior. Os produtos somaram US$ 444,691 milhões em vendas. O crescimento em volume foi maior do que o avanço em faturamento porque houve uma queda no valor médio por par. Ele passou de US$ 15,74 em 2018 para US$ 14,51 em 2019. A Abicalçados explica que o dólar valorizado permite um preço menor em dólar sem perder a rentabilidade em reais.
O principal destino do calçado gaúcho foi os Estados Unidos, considerando faturamento de embarques. O país é seguido por Argentina e França. Já os argentinos ainda lideram em volume. Confira o desempenho dos três países que lideram o ranking:
1º Estados Unidos
US$ 90.832.142 (+37,6% sobre 2018)
3.959.187 pares (+59,5%)
2º Argentina
US$ 43.340.745 (-17,5% sobre 2018)
3.990.571 pares (+8,5%)
3º França
US$ 41.615.093 (+3,5% sobre 2018)
1.953.905 pares (+15,7%)
Em outra ocasião, o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, já tinha alertado a coluna de que a guerra comercial entre Estados Unidos e China elevou as exportações para o mercado norte-americano. As sobretaxas impostas aos produtos chineses acabou dando mais competitividade ao calçado brasileiro.
A situação acaba beneficiando mais o Rio Grande do Sul. Os Estados Unidos importam praticamente só calçados de couro, que são especialidade das indústrias gaúchas. Para se ter uma ideia, considerando o país todo, metade da exportação é de chinelo.
Dados nacionais
Os dados da Abicalçados apontam que o ano de 2019 encerrou com o embarque de 114,55 milhões de pares, o que gerou uma receita de US$ 967 milhões. Os números representam um incremento de 0,9% em volume e uma queda de 0,9% em faturamento no comparativo com 2018. Segundo o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, o resultado apontou para uma forte influência do câmbio no período.
— Com o dólar cerca de 10% mais valorizado do que no ano anterior, os calçadistas conseguiram formar preços mais competitivos no mercado internacional. Se convertermos para real, a exportação de 2019 foi 7% superior a de 2018 — explica.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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