A Gerdau colocará em layoff até cem trabalhadores da fábrica de Charqueadas, no Rio Grande do Sul. O mecanismo é uma suspensão temporária dos contratos de trabalho, usado quando as empresas querem diminuir a produção sem reduzir o quadro de funcionários.
A siderúrgica havia proposto a medida ainda em outubro. Em uma primeira assembleia de trabalhadores, não houve aprovação. No entanto, na segunda tentativa, os funcionários concordaram.
— A empresa alegou que haveria demissões, caso o layoff não fosse autorizado. A ideia é que a interrupção ocorra já a partir dos próximos meses. Começando, no máximo, em janeiro — contou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas, Vilson Santos da Silva.
A fábrica de Charqueadas tem cerca de 700 trabalhadores. A empresa produz aços especiais e o principal cliente é a indústria automobilística. A última vez que a unidade teve layoff foi em 2015.
Posição da Gerdau enviada quando a coluna Acerto de Contas noticiou pela primeira vez a intenção da empresa de usar o mecanismo para reduzir a produção:
"Esse programa busca preservar os empregos existentes. Essa decisão se deveu aos planos da indústria automobilística no Brasil, principal consumidor de aços especiais, de conceder férias coletivas e buscar a redução de seus estoques, principalmente em razão da crise econômica argentina. O atendimento aos clientes se manterá inalterado."
Aliás, a Argentina também está com impactos na Marcopolo. Fabricante de ônibus da serra gaúcha, a empresa acumula queda de 22% nas exportações de janeiro a setembro de 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado. Aos acionistas, justificou que a queda nas vendas para o mercado argentino é um dos principais motivos. Leia mais: Marcopolo atribui exportação "modesta" à queda na venda para os principais mercados da fabricante
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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