Quando o dólar comercial batia o recorde de R$ 4,27 na manhã desta terça-feira, o Banco Central atuou no mercado fazendo um leilão da moeda. Na hora da intervenção da autoridade monetária, a moeda chegou até a cair para R$ 4,23, mas não durou neste patamar. Logo depois, voltou a subir para R$ 4,25.
A atuação do Banco Central surpreendeu. Mercado não esperava, considerando que o presidente, Roberto Campos Neto, havia sinalizado de que a intervenção ocorreria somente via taxa de juro Selic no caso de um impacto do dólar provocando alta da inflação. O lote mínimo foi de US$ 1 milhão e a taxa de corte do leilão foi de R$ 4,232. Ainda houve um swap em que foram rolados 12,2 mil contratos para janeiro de 2020.
A moeda havia fechado nessa segunda-feira (25) na maior cotação nominal desde o início do Plano Real, em julho de 1994, somando R$ 4,21. Logo depois, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu declarações de que era bom que o brasileiro se acostumasse com o dólar alto. Acrescentou, inclusive, que não estava preocupado com o câmbio. A interpretação do mercado é de que, se o ministro pensa assim, seria uma tendência.
A moeda vem sendo pressionada pela falta de acordo na guerra comercial entre China e Estados Unidos. Acrescentada a isso, houve a decepção com o megaleilão de petróleo no início do mês, que prometia injetar a moeda norte-americana no mercado brasileiro. A pergunta que vale ouro no momento é qual é o novo "normal" para o dólar. Até poucas semanas atrás, era R$ 4. No entanto, o relatório Focus divulgado nessa segunda-feira já trouxe a previsão elevada para R$ 4,10 para o fechamento do ano.
Casas de câmbio
Nas casas de câmbio de Porto Alegre, o dólar turismo acompanha a cotação comercial com forte oscilação. Inclusive, com instabilidade no sistema de pesquisa. Em consulta da coluna Acerto de Contas para compra de US$ 100, a cotação encontrada varia de R$ 4,42 até R$ 4,70. Sendo que o menor valor é para compra de dólar em dinheiro, que paga um Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1,10%, contra alíquota de 6,38% para cartão pré-pago.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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