O dólar a R$ 4 parece ser o novo "normal" do mercado financeiro. O relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (30), já trouxe essa aposta do mercado, acima dos R$ 3,95 da semana passada, quando a previsão já tinha aumentado em cinco centavos.
Esta terça-feira (1º), no entanto, será importantíssima para o rumo da cotação do real em relação ao dólar. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado irá votar o projeto da reforma da Previdência, podendo o texto ir a plenário no mesmo dia para ser apreciado em primeiro turno.
— Será, com certeza, o dia mais importante do ano — diz Pablo Spyer, diretor de Operações da Mirae Asset, uma das maiores corretoras do país.
Se a reforma não andar, ele manda se preparar para o dólar bater R$ 4,50. Se for aprovada, Spyer diz que a cotação cairá para menos de R$ 4. A explicação está em o dinheiro dos "gringos" vir ou não para o Brasil. Com mais oferta da moeda norte-americana no Brasil, a tendência é cair a cotação. Assim como o contrário, no caso de fuga de quem ainda está apostando na economia brasileira. Os investidores estrangeiros estão cautelosos porque consideram a Previdência essencial no ajuste das contas públicas, o que, só de cara, permitiria a retomada de investimentos públicos e privados, além de afastar aumento de tributos para elevar receita.
— Ou seja, a única coisa que estou realmente convicto é, que nos R$ 4,17, o dólar não fica! Os brasileiros estão apostando que a reforma vai andar bem, o que se reflete na bolsa de valores de São Paulo nos atuais quase 105 mil pontos de hoje — acrescenta o executivo.
Caso o dólar suba demais, surge a preocupação com a inflação. Com ela controlada, o Banco Central, tem tido espaço para reduzir a taxa de juro Selic. Já caiu na última reunião para 5,5% ao ano e o mercado está apostando em 4,75% no fim do ano.
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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