Porto Alegre fechou junho com deflação. O Índice de Preços ao Consumidor ficou em -0,16%. A Fundação Getúlio Vargas pesquisa semanalmente a variação de preços em sete capitais brasileiras. Recife e Brasília também tiveram taxa negativa.
A última vez que Porto Alegre tinha registrado deflação foi em julho de 2017. Naquele mês, o IPC-S ficou em -0,24%.
Na Capital gaúcha, a principal influência já era esperada. A gasolina pesa no indicador e teve um recuo significativo no valor, como a coluna Acerto de Contas vem noticiando ao longo das últimas semanas. A queda média identificada pela FGV foi de 4,62% em 30 dias.
A tarifa de eletricidade residencial também pesou no recuo, com queda de 2,78%, e acabou puxando a despesa do consumidor com condomínio residencial. Coordenador da pesquisa pela FGV, André Braz lembra que a bandeira tarifária foi verde no mês, ou seja, sem cobrança extra na conta de luz. Até mesmo bergamota aparece como influência, já que está na safra e o preço sempre cai nesta época.
Doze meses
Com o resultado de junho do IPC-S, o indicador acumula alta de 2,31% no ano e 3,61% nos últimos 12 meses. Ou seja, fica abaixo dos 4%, limite que vinha sendo ameaçado em meses anteriores com a alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis.
Tendência
A deflação tende a ser um movimento mensal e pontual. Não há, no horizonte, expectativa de queda intensa de preços para uma sequência de taxas negativas. Assim como não há previsão de inflação forte. Nem em Porto Alegre, nem no país. O que, inclusive, tem reforçado a aposta dos investidores de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) vá reduzir a taxa de juro Selic na próxima reunião, que será em julho.