Falo, há anos e sem parar, para os leitores e ouvintes pechincharem, pedirem desconto, barganharem. É a regra básica das finanças pessoais, o tema essencial de qualquer aula de educação financeira. Aí, as pessoas começaram a me perguntar como eu pechincho.
Então, vou contar para vocês como geralmente faço compras em uma loja. A primeira coisa é escolher o que quero comprar. Feito isso, pego meu celular e faço uma pesquisa rápida em sites com ferramentas que comparam preços. O Google Shopping e o Zoom.com.br são boas opções, mas até o site da própria loja é uma boa. Em várias ocasiões, o preço é diferente.
Se a diferença de preço é relativamente pequena, mostro para o vendedor e pergunto se ele pode cobrir o valor inferior. Se não, costumo ir até a outra loja com preços mais atrativos.
Decidido que comprarei naquela loja, pergunto se há algum percentual de desconto. Principalmente, quando a compra é de um montante elevado. O vendedor responde positiva ou negativamente e eu aguardo então o valor total.
Com esta quantia, eu parto para as formas de pagamento. Pergunto se aceitam cartão de crédito e em até quantas vezes o parcelamento não tem incidência de juros. É uma boa alternativa porque acumula milhas que uso depois para comprar passagens aéreas.
Só que eu pergunto também se há desconto para pagar em apenas uma vez. Para o lojista, pode ser bom por ter acesso ao dinheiro mais rapidamente.
Meu próximo passo é perguntar se há desconto se eu pagar com cheque, transferência bancária ou mesmo com dinheiro na mão. O lojista ou prestador de serviço economiza com a taxa da operadora do cartão de crédito, que chega a passar de 10% dependendo do caso. Como eu sempre digo, quem tem dinheiro na mão tem mais poder de barganha.
Costumo fechar o negócio com pagamento à vista em dinheiro só se o desconto supera 5%, e olhe lá. Depende da quantidade de parcelas disponibilizadas na venda a prazo, já que é preciso comparar com quanto de rentabilidade aquele dinheiro teria em uma aplicação financeira.
Não tenha vergonha. Quem está do outro lado do balcão nunca vai baixar mais do que pode o preço. Enquanto isso, sempre terá alguém que pechinchará no seu lugar. Se ele conseguir o desconto, quem sustentará a margem de lucro do negócio será você. Cada um tem seu papel e uma boa barganha - feita com educação e respeito - é boa para todos os lados. Para quem ganha o desconto e para quem fecha a venda.