Os supermercados do Rio Grande do Sul receberam um ofício solicitando a retirada das prateleiras de pães de alho produzidos na fábrica que foi interditada nesta semana em Porto Alegre. A Vigilância em Saúde não divulgou as marcas na ocasião, mas a coluna Acerto de Contas teve acesso ao documento. O ofício traz a imagem de onze rótulos de pães que devem ser recolhidos.
A fábrica é da Hzettermann Com. e Serviços LTDA, mas a empresa também terceiriza a produção de outras marcas. Quando foi interditada, cerca de 10 rótulos do alimento foram recolhidos durante vistoria no local.
Na terça-feira (15), uma equipe de fiscalização chegou ao local por suspeitar de irregularidades constatadas em vistorias anteriores em estabelecimentos na mesma rua, na Zona Norte. A empresa não tem alvarás de localização e de saúde nem autorização para produção.
Entre as irregularidades percebidas, destacam-se a presença de uma caixa de passagem de esgoto aberta no local, ausência de pia e kit de higienização para as mãos de manipuladores, sendo que alguns funcionários utilizavam roupas muito sujas. Conforme a prefeitura, o local contava com uma câmara fria para manter os pães com alho prontos e embalados, mas a vistoria constatou que o aparelho estava desligado em função do barulho produzido pelo motor.
Confira o posicionamento da empresa responsável pela fabricação dos pães de alho:
A empresa Hzettermann Comércio e Serviços Ltda em respeito a seus clientes e consumidores, vem a público esclarecer que:
· possui compromisso com a qualidade e segurança dos produtos produzido, bem como que se preocupa com o integral cumprimento das normas sanitárias e de higiene de produção;
· vem colaborando ativamente com todas as Autoridades, esforçando-se para atender prontamente todas as exigências solicitadas referentes à adequação sanitária de seu estabelecimento;
· Submeteu, conforme solicitado pela fiscalização sanitária, todos os lotes a testes laboratoriais, comprometendo-se a descartar eventuais produtos que venham a ser declarados impróprios para o consumo;
· Já iniciou os procedimentos administrativos para a regularização de seu alvará. De todo modo, reforça que os alvarás são documentos de caráter administrativo e não guardam relação com a qualidade das mercadorias produzidas;
· Todos os produtos adquiridos possuem comprovação de procedência e estão devidamente acobertados por notas fiscais, as quais já foram disponibilizadas à fiscalização sanitária.
Hzettermann Com. e Serviços Ltda
Confira o posicionamento das marcas:
Vital - A empresa informa que, devido aos problemas identificados com o fornecedor do produto Pão de Alho, Hzettermann Com. e Serviços LTDA, os itens disponíveis foram recolhidos de todas lojas de fábrica Vital até o total esclarecimento dos fatos. Acrescenta que o objetivo é garantir a qualidade dos produtos oferecidos aos consumidores. Lamenta o ocorrido e diz estar tomando providências para fornecer aos clientes.
Pãozinho do Talai - O responsável pela empresa afirmou que o contrato com a Hzettermann foi encerrado em setembro do ano passado, por questões de custo. Conforme Talai da Silva, as embalagens que estavam no local, no dia da interdição, haviam sobrado. Ele afirma ainda que, na época do contrato, a Hzettermann funcionava em outro local e havia apresentado alvarás de funcionamento - ele diz confiar no trabalho da empresa interditada e que não acredita que eles ainda produzissem o pão sem autorização. A Talai faz a distribuição dos produtos, e contrata terceirizadas para a produção - atualmente, um estabelecimento de Santa Catarina presta esse serviço.
Marelli Indústria e Comércio de Massas - O recepcionista da empresa afirmou à reportagem que os responsáveis estão todos de férias e não estarão na empresa até a próxima segunda-feira (21).
Montino - A empresa Perte Distribuidora de Alimentos, proprietária de marca Montino, afirma que cessou a venda e já está providenciando a retirada dos produtos dos supermercados e estabelecimentos. Esclarece ainda que comprava o pão de alho já pronto da fabricante Hzettermann e acreditou que a empresa tinha todos os documentos necessários para o seu funcionamento, inclusive alvará sanitário, já que vendia para vários distribuidores e de diversas marcas. Finaliza dizendo que está há 30 anos no mercado de alimentos e colaborará com o que estiver a seu alcance.
Torre de Milano - Responsável pela empresa não estava no local.
Alhopan - Telefones estão indisponíveis.
Zetter Pan - A reportagem não conseguiu contato.
Massas D'Itália -Informa que soube da situação encontrada na fábrica no dia 15 e suspendeu distribuição e venda dos produtos, solicitando o recolhimento dos pães de alho do mercado. Também enviou amostras dos produtos recolhidos para análise laboratorial. Desde então, a D’Itália diz manter contato com a Vigilância Sanitária de Porto Alegre e seguir as orientações e procedimentos solicitados. A D’Itália reforça que tem a preocupação com a manutenção das regras sanitárias e de higiene na produção, dizendo ter o compromisso de qualidade e segurança com os clientes.
Massas Tarandini - Nenhum responsável foi encontrado na empresa, que afirmou que irá retomar o contato à tarde.