Na tabela da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, saltam aos olhos os números negativos de setembro da exportação do Rio Grande do Sul:
Sobre agosto:
-32,3% em dólares
-18,1% em pares
Sobre setembro de 2017:
-30,9% em dólares
-26,9% em pares
No mês de setembro, o dólar comercial até fechou com uma leve queda de 0,87%, em R$ 4,037. No entanto, agosto tinha registrado a maior alta mensal em três anos e lembrando também que a moeda está muito acima da cotação do início de 2018, que estava em R$ 3,26.
Apesar do salto do dólar, as exportações gaúchas de calçados acumulam queda em 2018. Em faturamento, redução de 6,4%. Em pares, queda de 5,2%.
Houve redução significativa nas compras pela Argentina, que estava como o principal destino dos calçados gaúchos. O país enfrenta uma crise.
- Se o dólar valorizado favorece a formação de preço para o exportador brasileiro, esse efeito é neutralizado quando a moeda do importador também está desvalorizada. É o caso do peso argentino, teve forte desvalorização - comenta o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein.
No entanto, em setembro, também caíram os embarques para os Estados Unidos. Ainda em outubro, entra em vigor lei sancionada pela Casa Branca e que reduz o imposto de importação de 1,6 mil produtos, incluindo calçados.
De janeiro a setembro, o principal exportador de calçados do Brasil foi o Rio Grande do Sul. O segundo maior foi o Ceará, que tem quedas ainda mais intensas nos embarques.