A Fipe divulgou nesta quarta-feira (26) a nova versão do tradicional boletim Salariômetro, que acompanha negociações salariais de trabalhadores em todo o país. Algumas informações chamaram a atenção, como a retomada do ritmo de negociações salariais. A mais questionada sempre pelos leitores da coluna Acerto de Contas, no entanto, é o percentual de reajuste alcançado.
No caso das negociações de agosto, a mediana ficou em 3,5%, que é a reposição pela inflação dos 12 meses anteriores. Lembrando que, a partir de junho, o INPC avançou, com pressão da greve dos caminhoneiros reduzindo oferta de produtos e elevando preços, além de aumentos de combustíveis e da conta de luz. Não subiu mais porque os preços dos alimentos voltaram a cair.
"Com a inflação de 12 meses prevista para 4% nos próximos meses, dificilmente teremos aumentos medianos reais", projeta a Fipe. Lembrando que aumento real é quando o reajuste da negociação fica acima da inflação.
As três cláusulas mais negociadas no ano de 2018, até agosto, foram reajuste, piso e contribuição para sindicatos de trabalhadores. A menos negociada foi produtividade. A Fipe acrescenta que, surpreendentemente, o adicional por tempo de serviço é uma cláusula bastante frequente.
Aos poucos, o fluxo de negociações fechadas volta ao normal. Ainda assim, no ano, está 30% abaixo do nível de 2017. Houve uma redução forte após a reforma trabalhista. Além disso, os percentuais baixos de inflação acumulada também travaram um pouco as conversas.