Desde o segundo semestre de 2017, os preços administrados vêm sendo o principal ponto de pressão inflacionária. Ou seja, são os vilões do momento no bolso dos brasileiros. São chamados assim os preços que não são sensíveis à oferta e demanda porque são estabelecidos por contrato ou por um órgão público, seja federal, estadual ou municipal.
Em julho, apesar de registrar um leve recuo na taxa de variação acumulada em doze meses, o segmento apontou alta de 11,4%. O dado foi compilado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. É, portanto, mais do que dobro da inflação geral, que tem IPCA acumulado em 4,48% em 12 meses.
Há ainda a retroalimentação porque o aumento dos preços administrados pressiona a inflação. Por sua vez, vários são reajustados pelo próprio índice que ajudaram a elevar.
O Ipea também identificou os principais impactos. São os reajustes da energia elétrica (18,0%) e da gasolina (28,4%), aliados à estabilidade da inflação dos planos de saúde em patamar elevado (13%).
Por outro lado, as tarifas de ônibus urbano e os preços dos medicamentos continuam a apresentar impactos menores. As taxas de inflação em doze meses ficam em 4% e 2%, respectivamente para estes itens do cálculo de inflação no país.
Energia
Há aumento nos custos de produção e distribuição, além das receitas das usinas hidrelétricas que atuam pelo sistema de cotas, informa o Ipea. Tem ainda o prolongado período de estiagem, o que levou à cobrança extra de bandeira vermelha em diversos meses do ano.
Combustíveis
Preços são pressionados pelos aumentos nas cotações do preço do petróleo no mercado internacional, potencializados, no mercado doméstico, pelos efeitos da desvalorização cambial.