Terapia ao custo de um livro de autoajuda. É apresentado assim o Cíngulo, um aplicativo para smartphones que busca proporcionar uma sessão de terapia. Foi criado pelo psiquiatra gaúcho Diogo Rizzato Lara com colegas pesquisadores.
Resumindo, funciona assim: a pessoa entra no aplicativo e diz como está se sentindo. Há opções que vão de "desatento" a "abalado". Há ainda outras perguntas para responder. A partir disso, o app proporciona dinâmicas para levar a pessoa a se acalmar, identificar os motivos daquele sentimento e até sair da zona de conflito interno. Para isso, usa vídeos e áudios.
- Tem o teste de autoavaliação e também a checagem da evolução das pessoas a cada semana ou duas semanas. Por mais que os dados sejam anônimos, a gente consegue acompanhar a evolução do usuário. Os resultados são bem impressionantes - garante Lara.
O objetivo é que as pessoas não abandonem a terapia por não conseguirem pagar. O serviço do aplicativo custa R$ 99 por semestre. Ou seja, são R$ 16,50 por mês. Os primeiros sete dias são gratuitos. Todos precisam responder perguntas iniciais de autoavaliação.
O Cíngulo está disponível para os sistemas Android e iOS. Já teve mais de 1 milhão de downloads e tem 26 mil avaliações só no Google Play. Há ainda a versão web, que pode ser acessada por desktop.
Diogo Lara garante que não é um produto para concorrer com as terapias convencionais. Diz que é o contrário, pois o Cíngulo pode ser usado em paralelo às sessões semanais.
- Vários psicólogos assinam o Cíngulo. Muitos também indicam aos seus pacientes, pois ele pode ser complementar. Não vai tirar lugar do profissional. Até porque o problema de saúde mental é muito grande - defende o psiquiatra.
Diogo Lara pediu licença da pesquisa e está se dedicando só à startup, que tem o apoio de uma aceleradora. O dinheiro do investimento ainda não foi recuperado, mas todo o valor que entra é reinvestido na equipe, que passou de quatro para nove profissionais. O Cíngulo é um dos finalistas do Amcham Arena.